Zé Do Rojão/José Amaro


Zé do Rojão

Por José Amaro Filho

 

1.     Em vinte e três do novembro

De dois mil e treze o ano

Arapiraca cobriu-se

De tristeza e desengano

Zé do Rojão se acabou

Só resta a saudade deixou

Para o povo alagoano.

 

2.     José Cícero dos Santos

Era o seu nome verdadeiro

Nasceu no ano de 38

Em vinte sete de fevereiro

Em onze de dois mil treze faleceu

Arapiraca perdeu um grande artista guerreiro.

 

3.     Deixou a mulher e filhos

Amigos parentes e manos

Foi morar no cemitério

Cadeia do desengano

Uma morada esquisita

Onde só tem visita

Uma vez por ano.

 

4.     Partiu do mundo dos vivos

Porque chegou o seu dia

Estar na morada eterna

Com Jesus e com Maria

Onde ninguém não era

E o corpo ficou na terra

Debaixo da terra fria.

 

5.     No céu não se vê escravo

Nem um do outro senhor

As fortunas são iguais

E todos em só cor

É diferente daqui

Para o dono dali

Dinheiro não tem valor.

 

6.     Dona Marisa chora

Derrama lágrimas no chão

Ao lado dos seus filhos

Triste sem consolação

Chorar é o seu papel

Para seu esposo fiel

Que foi o Zé do Rojão.

 

7.     Ela chorando diz

Ou meu Deus tenha piedade

Protege o meu esposo

Por vossa Santa Bondade

Cubra ele com seu véu

Le de um cantinho no céu

Lá na santa eternidade.

 

8.     Era querido de todos

Foi bom esposo e bom pai

Do coração da família

Suas lembranças na sai

Lá em sua moradia

Ficou a fotografia

Lembrança que mais distrai.

 

9.      Cantor e declamador

De grande capacidade

Sorridente e brincalhão

Cheio de felicidade

Era querido e amado

Por todo mundo abraçado

Na alta sociedade.

 

10. Grande comunicador

Locutor de tradição

Na Rádio Novo Nordeste

Fazia a locução

Foi embora o nosso artista

Declamador humorista

Que foi ZÉ DO ROJÃO.

 

Autor: José Amaro Filho

Repentista e cordelista

Poeta popular.

Endereço:

Rua João Francisco de Souza, 23

Bairro: Cavaco

Cel: (82) 9625-4473

 Arapiraca 28 de novembro de 2013.

Publicação:

Gilvan Juvino

NOSSA TERRA, NOSSA GENTE por José de Sá


FESTA DE N. S. DO BOM CONSELHO – Por José de Sá

Estamos continuando com a série de comentários, focalizando a nossa querida Arapiraca, tão querida que deixa a gente sem fôlego para comentar. Hoje vamos falar a respeito da nossa festa , a festa de N.S. do Bom Conselho .
Adeus festa. Que festa. Alguém que não viveu os momentos de alegria que nós desfrutávamos nos anos dourados, onde o respeito aos santos, onde as nossas tradições eram respeitadas.
Alguém pode até dizer como já ouvi , quem vive de passado é museu. Arapiraca, hoje uma cidade sem memória . Aqui não se conserva nada. Não é preciso lembrar nada. Quem toma conta do poder não tem nenhum interesse em conservar isso ou aquilo .
Existe festa da padroeira hoje? Respondam por favor. O que nós estamos assistindo é um parque que tira dentro de segundos o dinheiro do pobre pai de família que para satisfazer a vontade dos filhos, deixa de comprar o pão e a carne para entregar ao parque explorador, o verdadeiro vendedor de ilusões .

Se não bastasse a maior desorganização de barracas acumuladas no destruído Parque Cecí Cunha , a nossa querida deputada, se hoje fosse viva ficaria envergonhada com tamanha desordem.
O transito mete medo aos que precisam se locomover. Ainda chamam de festa da padroeira.
Aquilo cheio de malandros . Cheio de pessoas de pensamentos negativos e de brutal procedimento  é chamada de festa da padroeira. Fiquei irritado quando resolvi dar umas voltinhas e conhecer o que fizeram com uma tradição secular, que já foi evento cadastrado no calendário turístico do Brasil.

Eu levaria horas e horas escrevendo, se fosse relatar o que foi a festa de nossa excelsa padroeira.
Quantas saudades eu sinto da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais. E assim que nós ficamos ao depararmos com tamanha anarquia . Falta o cuidado e o respeito as nossas tradições. Os nossos impostos sobem vertiginosamente e nós ficamos chupando os dedos quando nos deparamos com tamanha brutalidade. Nós tão valemos nada, o nosso dinheiro vai pelo ralo.
Tiraram a festa do comércio porque Arapiraca cresceu. Agora eu lhe pergunto, Recife cresceu?
Porque a festa da padroeira do Recife, N.S. do Carmo, é no centro do Recife/PE, o Carnaval é no centro do Recife . Não estou aqui querendo que volte os tempos passados. Estou querendo defender as tradições que em outras cidades são respeitadas. Estamos cansados de tanto engano.Votamos, pensando que estamos acertando. Que decepção. É uma pena, não acertamos nós povos, vamos continuar sonhando com a divulgação de um slogan mentiroso, futura metrópoles e haja besteira nisso.

Você meu amigo, está convidado para assistir no dia 2 de fevereiro a procissão de N.S. DO BOM CONSELHO, e ver os políticos acenando para o -povo, como se a festa fosse deles. Eu te peço, Virgem Santa, Mãe do Bom Conselho, tem piedade daqueles mascarados que nem católicos são. DAI A CESAR O QUE É DE CESAR.

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NASCIMENTO, VIDA, PAIXÃO E MORTE DO MORRO SANTO DA MASSARANDUBA
Por José de Sá (23 de abril de 2014)

Agora que passou a Semana Santa, tenho o direito de relatar, o que aconteceu com o espetáculo do Morro Santo da Masaranduba. Alguém mal informado andou comentando que as minhas invenções não tem continuidade. Tenho agora a oportunidade de responder em alta voz, tudo o que foi feito para acabar com o espetáculo. Ouvi atentamente todas as entrevistas dos responsáveis pelo evento. Achei até engraçadas, pois nenhum teve a capacidade de assumir a responsabilidade.

O espetáculo nasceu de um político que tinha a pretensão de tornar o morro famoso. Até ai muito bem. Fui convidado para participar do projeto que deveras interessante me chamou muita atenção. Na época eu era diretor de Cultura da Prefeitura de Arapiraca/AL. Encontrei no morro uma ladeira, que não tinha acesso nenhum. Combinei com o Sr. Demuriez Leão, para planear o local e ali fazer o plano para construirmos os cenários. Trabalhei com máquinas fornecidas pelo então governador Divaldo Suruagy. Estudei um projeto como seria o trajeto do espetáculo e tudo correu certinho. Dinheiro, conforme nos informou Demuriez não tinha, era para trabalhar na raça. Mas eu topei o desafio. Reuni uma equipe de amigos e toquei o barco. Poucos “cobres” que eram repassados para nós, eram transformados em grande quantia. Chegou a época dos ensaios, a nossa alimentação era pão doce com caldo de cana. Todos trabalhavam com afinco era o amor a arte.

Nosso texto foi escrito pelo (saudoso) Professor Cícero Feitosa. Nossos figurinos confeccionados pela ex-vereadora Maria Aparecida e Cícero Feitosa. Não era tão luxuoso mas daria um bom visual. Cenários trabalhados por mim e os amigos saudosos Felipe Borges e Maria Eliza Borges. Chegou o dia do espetáculo o trabalho foi grande, o suor e as lágrimas nos dava a satisfação de ver tudo dando certo. E, apresentamos com muita raça aquilo que para muitos era difícil, que só fazem com muito dinheiro.

Passei quatro anos apresentando a PAIXÃO DE CRISTO do Morro Santo. Mas os invejosos começaram a aparecer. De Maceió/AL partiu uma secretária de Turismo do governo do Sr. Ronaldo Lessa, veio assistir o espetáculo e criticou “Ih tá muito amador! Vamos trazer profissionais da capital para direção e vamos transformar o espetáculo na Nova Jerusalém de ALAGOAS”. Eu sabia que a partir dali ia chover rios de dinheiro. Trouxeram para Arapiraca o Sr. Alberto Ducarmo conhecido diretor que gostava de mudar tudo. A primeira coisa que fez: cortou todos os meus artistas e trouxe uma turma de estrelas cobertas de purpurinas que causou alarme em Arapiraca. Depois mudou o texto do espetáculo, apresentando um texto antibíblico e vou provar aqui. Em que parte da Bíblia consta que na hora de Pilatos julgar Jesus Cristo, a esposa de Pilatos estava em cena pedindo para não condenar Jesus. Cortou as cenas mais bonitas do nosso espetáculo. Mudou os cenários. Construiu cenários de esteira e papel laminado, sem arte, sem vida. O pior é que eu havia fundado o espetáculo, era recebido muito mal por eles, que lutavam para a minha saída. Morria ali um projeto tão bonito. Morria ali o meu sonho.

Pensa que me intimidei? NÃO. Me retirei. Saí sem dar nenhuma satisfação pois nunca fui remunerado como devia, tenho até hoje recibos, durante quatro anos de espetáculo recebi “QUATRO MIL E QUINHENTOS REAIS” e agora chegavam as grandes estrelas a ganhar somas altas , porque o dinheiro chegava em grande escala. Sabe quanto ganhava um ator meu? Vinte reais. Trinta reais. Agora, o melhor estava para acontecer, o Bispo Diocesano pensando que eu ainda participava, me convidou para uma reunião e me disse: A PARTIR DE AGORA EU QUERO QUE O SENHOR TIRE O NOME DE FUNDAÇÃO CULTURAL MORRO SANTO DA MASSARAMDUBA, E PONHA FUNDAÇÃO CATÓLICA MORRO SANTO DA MASSARAMDUBA. OUTRA COISA, NÃO QUERO MAIS ESPETÁCULO EM CIMA DO MORRO. EU RESPONDÍ: PARTICIPE AO SR. DEMURIEZ, POIS NÃO TENHO MAIS NADA ALI. Terminava o sonho. Agora era Paixão em baixo do morro. O terreno que servia de estacionamento era alugado para manter o rio de dinheiro. Acabou o belo projeto. A PAIXÃO morreu. Ainda continuaram alguns anos sem sucesso.
Eles não lembravam que os meus amadores foram elogiados pelo FANTÁSTICO E JORNAL NACIONAL DA GLOBO, coisa que nunca aconteceu com eles. Até que um dia, o novo secretário de Turismo Sr. Eduardo Bomfim, com a minha presença, cortou a verba governamental por falta de prestação de contas. Deixou o espetáculo o Sr. Demuriez. Ao se retirar não quis mais continuar e acabou o espetáculo que já estava pronto.

NO ANO SEGUINTE a turma continuou. Brigas e mais brigas, afastaram, o Sr. Alberto. Vieram outros, e o patrocínio era alto, mas brigavam. Até que chamaram a família BIRIBINHA, QUE SAIU POR FALTA DE PAGAMENTO. E continuaram , e morreu tudo. Dois anos sem a PAIXÃO. AGORA EU PERGUNTO: PAROU PORQUE? NOVAMENTE NÃO PRESTARAM CONTAS AO PODER PÚBLICO, COM A PALAVRA O PRESIDENTE DO SINDICATO DOS ARTISTAS, QUE EM VÁRIAS ENTREVISTAS NAS EMISSORAS DE ARAPIRACA RELATOU O FATO. POIS É…
CONTEI O NASCIMENTO, VIDA, PAIXÃO E MORTE DO MORRO SANTO DA MASSARAMDUBA. AGORA, A RESSURREIÇÃO É COM ELES.

LEIA COM MUITA ATENÇÃO. SEU AMIGO DIGNO!

Visite o Blog Studio José De Sá
http://studiojosedesa.blogspot.com.br/

Comentários (23/04/2014):
1. Roberto Baía
Que coisa!!!!

2. José Carmo de Sá
AGRADEÇO A TODOS, PUBLIQUEM. O DINHEIRO NOSSO ESTÁ INDO PARA O RALO.

3. Joel Carlos
Sem comentarios voce sabe o que fala e sem falar no alto da compadecida era simplesmente lindo.

4. José Carmo de Sá
OBRIGADO AMIGO. SÃO TANTAS RECORDAÇÕES.ESSES CARAS DE HOJE SÓ FAZEM TEATRO, PARA METER O DINHEIRO PÚBLICO NO BOLSO.

5. Olga Soares da Silveira
Parabéns amigo!Sei que tudo que falou é pura verdade,você é um pioneiro na arte em Arapiraca te acompanho a muitos anos e sei da sua dignidade!

6. Iran Silva Bezerra
Fiz parte dessa historia…

7. Gustavo Silva
Iran também estive lá. Parabéns, José Carmo de Sá.

8. José Carmo de Sá
MUITO OBRIGADO. É PRECISO A AJUDA DE TODOS PARA CONTARMOS A VERDADE. UM PROJETO LINDO, QUE INSPIROU OUTRAS CIDADES, E OS SANTINHOS COM A CARA MAIS LISA VEM FAZER ENTREVISTAS MENTIROSAS, PEDINDO SOMAS EXORBITANTES PARA CONTINUAR FAZENDO CENÁRIO DE MADEIRA E PAPELÃO. NÃO LEMBRA QUE A NOSSA ALIMENTAÇÃO DEPOIS DO ESPETÁCULO, ERA UM PÃOZINHO COM UM PEDACINHO DE QUEIJO E UM COPINHO DE GUARANÁ.

9.Cicero Perera
Vê se essa direção do morro se liga e manda vc toma conta ai da tudo certo.

10. Marcos Ernesto Bezerra
Parabéns José de Sá, sempre tive admiração pelo seu talento e hoje estou orgulhoso de VC. O povo de Arapiraca precisa saber dessa e de outras coisas que acontece. Parabéns mil.

11. Wagner Dias Guiné
Coragem falar… Parabéns!!! Um país sério começa assim, com a coragem e dignidade de seu povo.

Comentários (23/04/2014):
1. Gilberto Lima Cavalcante
Parabéns J. Sá, realmente isso e um pura verdade, e o Morro da Massaranduba só teve espetáculo digno quando vc estava a frente.

2. Eli Machado
Professor José de Sá esta terra deveria ter orgulho por tudo que fez pela cultura, porque fui uma das pessoas que muito fui ajudada por vc!
Parabéns e espero que um dia o Senhor tenha seu devido reconhecimento!
Quanto ao Morro, infelizmente tudo se deu pela inveja do projeto, que sobre humildade funcionava muito mesmo! Porém estamos ai agora sem nada!

3. Dira Lino
Parabéns Mestre. Todos nós sabemos do seu taleto e honestidade em tudo que faz.

4. Ronaldo Nobre Leão
Essa história poucos sabiam, parabéns pelas informações e pelo seu trabalho.

5. Gerzun Lopes Lopes da Silva
Isso ai sim Carmo de Sá, também deveria ser notícias do Fantástico e do Jornal Nacional da Globo com muito Ibope, só pra nós vermos as qualidades da espécies de politicos bagaço que temos em nosso Estado que também não é essas maravilhas toda só aparece na TV quando é pra ser rebaixado mais ainda do quer ja é, e essa é.

6. Gerzun Lopes Lopes da Silva
Essa é a verdade nua e crua dos nosso políticos: ambições e ambições, e trabalho nada, ô miséria é só o que trazem pra nosso Estado e nossa cidade. Forte abraço, meu querido.

7. Givaldo Pinheiro
Falou a voz do conhecimento e da experiência… Parabéns!

[ Fonte: Facebook de José Carmo de Sá ]

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Site do post.

Stúdio José de Sá

Postado por Gilvan Juvino

 

Tânia Maria dos Santos


 

BIOGRAFIA – Tânia Maria dos Santos

( Carece de fonte )

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Tânia Maria dos Santos: Secretária de Cultura e Turismo.

* Graduação: Gerenciamento de cidades.
* Atualmente é acadêmica do curso de Administração Pública.

Experiência profissional:
* Servidora efetiva da Prefeitura de Arapiraca/AL, desde 2001, desempenhando várias funções nas secretarias de Finanças e Governo;
* Foi colaboradora da estruturação da Secretaria de Cultura onde ocupou o cargo de diretora do departamento administrativo;
* Coordenou o projeto: ”Corredor de Cultura”, da Secretaria de Cultura deste município.

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CIDADES EM FOCO
Por Roberto Baía

Metrópole do Futuro
As duas últimas décadas mostraram o potencial econômico e turístico que Arapiraca-AL carrega e pode proporcionar. Além de ser considerada como a “Metrópole do Futuro” e a sétima cidade com maior poder de consumo e crescimento, segundo especialistas, o município é berço de um povo acolhedor e cheio de fé em um futuro melhor.

Turismo
Na última quinta-feira (19), foi criado o Conselho Municipal de Turismo, após reunião ordinária ocorrida no Memorial da Mulher Ceci Cunha, no bairro Alto do Cruzeiro, com a presença da secretária municipal de Cultura e Turismo, Tânia Santos, e representantes do poder público e privado.

Planetário
Como Arapiraca não possui mar – um dos fatores que mais atraem turistas para Alagoas – a cidade se consolidou por seus equipamentos culturais, sobretudo. A exemplo disso, há aqui o primeiro Planetário Digital do Nordeste, um Mercado do Artesanato que agrega uma concha acústica para apresentações artísticas e o festival Viva Arapiraca!, maior evento aberto de música do estado.

Áreas Verdes
Além disso, existem museus e áreas verdes no coração da cidade que pulsam junto com a atividade turística. Este é o pensamento da prefeita Célia Rocha. “Nossa gestora quer reforçar esses aparatos já existentes para que nosso caminho seja trilhado sempre por novas pessoas a visitar o município. “Estou muito feliz por este momento que vivemos, já que o Centro de Convenções vem aí”, ressalta Tânia Santos – responsável pela SECTUR (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo).

Grandes Eventos
Com a chegada do empreendimento – garantido pela prefeita Célia Rocha (PTB), após busca de recursos em Brasília-DF no montante de R$ 10 milhões, Arapiraca entra em definitivo no mapa dos grandes eventos, o que faz convergir pessoas de localidades distintas e não apenas das cidades circunvizinhas.

Projetos
“Nós temos projetos em andamento como o ‘Cultura na Praça’, com o mestre Afrísio Acácio do Acordeon, comandando o resgate da nossa Cultura Popular Tradicional, todas as segundas-feiras, exatamente nos dias de Feira Livre de Arapiraca; o ‘Som do Mercado’, que leva até o palco do Mercado do Artesanato Margarida Gonçalves os talentos da terra, sejam eles da música, dança ou teatro”, disse a secretária Tânia Santos.

São João
Segundo ela, também é destaque em Alagoas o São João de Arapiraca-AL, o qual comporta o Maior São João Comunitário do Brasil, com disputa de quadrilhas por bairros e comunidades rurais, além, claro, do Viva Arapiraca!, festival que agrega mais de 200 mil pessoas, inclusive de outros estados e países, em quatro dias de muita música, acesso á cultura e paz.

Consolidação
“Com a consolidação deste primeiro Conselho Municipal de Turismo, poderemos galgar por novas perspectivas, ainda mais grandiosas”, destaca a secretária Tânia Santos, acompanhada do diretor de Ação Cultural, Wagno Godez, e da diretora de Turismo, Franciane Azevedo, e do festante de sua equipe técnica.

Documentação
Foi entregue ainda uma documentação para o gerente de Política de Fortalecimento da SETUR (Secretaria de Estado do Turismo), Francis Hurst, para Arapiraca-AL se torne, com efeito, mais uma região municipalizada de turismo em Alagoas.

[ Fonte: Coluna “Cidades em Foco” do jornal “Tribuna Independente”, 21 de dezembro de 2013 ]

[ Editado por Pedro Jorge / E-mail: pjorge-65@hotmail.com ]

PRIMÓRDIOS E EVOLUÇÃO DA CULTURA EM ARAPIRACA


FRASE
“Conhecer com mais profundidade a cultura arapiraquense através de suas letras e artes é expandir os horizontes para novas descobertas, é concordar com o famosos físico Albert Einstein que disse: ´A mente que se abre a uma nova descoberta jamais voltará ao tamanho original´”.
Cláudio Olímpio dos Santos (presidente da ACALA – Acala Arapiraquense de Letras e Artes).
[ Fonte (frase): Livro “ACALA – História e Vida”, abril de 2009 ]

 

PRIMÓRDIOS E EVOLUÇÃO DA CULTURA EM ARAPIRACA – Por Zezito Guedes (Historiador, folclorista e artista plástico)

Diversos fatores contribuíram para a formação e desenvolvimento da cultura da comunidade de Arapiraca/AL, nesta caminhada através dos anos.

Nos primeiros tempos, com a formação do sítio urbano, o povo se reunia para falar em cultura de subsistência, na força da lua, transitoriedade, mitos, crendices, estórias de trancoso, contos de fada, fábulas, meizinhas, tabus e, também para prática de cultos religiosos – ofícios, terços, novenas, etc. Estes foram os primeiros passos para a vida em sociedade e constituíram os primeiros sinais da cultura na comunidade. Tempos depois, com a formação do pequeno arruado, em 1855, foi erguida uma pequena Capela onde foi celebrada a primeira missa.

Com a instalação da primeira casa comercial, em 1880, e a feira livre criada, em 1884, reunia-se semanalmente a sociedade rural integrando-se a urbana. Em 1855, as lideranças do povoado contrataram o Mestre Antônio Raimundo – profº leigo, para ensinar as primeiras letras e as quatro operações a meninada de então numa casa particular. A primeira profª estadual foi nomeada,em 1892: Marieta Peixoto Rodrigues.

Outro fator significativo para o desenvolvimento da cultura da comunidade no início do século XX, foi a criação da Escola de Música União Arapiraquense, pelo major Esperidião Rodrigues da Silva, em 1808, despertando da juventude da época a sensibilidade artística, o gosto pela música instrumental, as primeiras retretas da banda regida pelo Maestro Vieira e, o surgimento das serenatas em noites de lua. Tudo isso melhorava sensivelmente a cultura da comunidade de então.

Em 1917, outro seguimento expressivo dava mais impulso a cultura local: a criação do Tiro de Guerra 657, por iniciativa de Anphilófio Calazans de Souza Guerra, que fazia despertar nos jovens da comunidade o sentimento cívico, o patriotismo e o pleno exercício da cidadania, preparando o homem de amanhã.

A campanha da Emancipação Política do distrito deflagrada pelas figuras tradicionais da comunidade, sob a liderança do major Esperidião Rodrigues da Silva que promoveu inúmeras reuniões foi incutindo no povo o sentimento de liberdade e independência, foi elevando a cultura da comunidade no início dos anos 1920.

Os primeiros carnavais após a Emancipação,em 1924, realizados pela sociedade com o desfile de blocos no carnaval de rua, as primeiras festas juninas, o surgimento de pastoris, Folia de Reis, reisado, Quilombo do Lídio, Cantigas das Destaladeiras de Fumo, coco e outros fatos folclóricos da feira livre tiveram muita importância na cultura naqueles tempos idos.

Mais adiante, em 1940, a criação do curso primário com o Grupo Escolar Adriano Jorge, em 1943; a fundação do instituto São Luís; as encenações das primeiras peças de teatro na escola pelo profº Pedro Reis, em 1944, com os membros da Congregação Mariana; a fundação do Clube dos Fumicultores pelo vereador José Lúcio de Melo; criação do Teatro Amador por Pedro Onofre de Araújo e José de Sá, em 1949; no ano de 1950, a criação do Ginásio N. S. do Bom Conselho; a fundação do ASA (Associação Sportiva de Arapiraca), em 1952; o surgimento do serviço de alto-falantes Tupy, em 1951; a criação do Colégio S. Francisco de Assis, em 1955, por iniciativa da Irmã Luzinete Ribeiro de Magalhães que teve como primeira diretora a Irmã Maria Helena, em 1956; a criação da Escola de Comércio, em 1955; a inauguração do 1º Salão de Arte de Arapiraca, em 1967, que constitue na atualidade um celeiro de artistas plásticos no Estado de Alagoas.

A criação da Fundação Educacional do Agreste, em 1971; que manteve a Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca, até que foi estadualizada, em 1990 e, em 1996, passaria a Fundação Universidade Estadual de Alagoas, mantendo os cursos de Letras, Ciências, Matemática, Geografia, História e as Faculdades de Administração de Empresas, Ciências Contábeis e Direito no Colégio N. S. do Bom Conselho, seguindo-se a extensão ds cursos em Palmeira dos Índios e Santana do Ipanema/AL, União dos Palmares e São Miguel dos Campos/AL.

Em 1997, a prefeita Célia Rocha construiu a Casa da Cultura a grande realização de sua gestão. Com a Secretária de Educação Maria Cícera Pinheiro o número de escolas aumentou para 80, com 30.032 alunos matriculados, 18 creches, construção de 50 salas deaulas, 62 conselhos escolares, programa de capacitação permanente dos servidores, conselho de alimentação, alfabetização solidária, classe de aceleração e alfabetização no polígono da seca: todas essas atividades têm muita influência na cultura da atualidade.

Em 1999, continuam impulsionando a cultura em Arapiraca: a Academia Arapiraquense de Filosofia, Ciências e Letras; A.A.P.C. (Associação Arapiraquense de Produtores de Bens de Cultura);, o Núcleo de Cultura Avançada; o Instituto de Línguas da Secretaria de Educação e Cultura da Prefeitura de Arapiraca; as atividades das Igrejas Cristãs; a Casa da Cultura com moderna biblioteca e Museu do Fumo; os cursinhos para vestibular, as diversas escolas de Informática; Logos Assessoria e Comunicação e as atividades das entidades, dos clubes sociais e de serviço, e das lojas maçônicas.

Animam as noites de Arapiraca e do Estado de Alagoas: o Coral Villa Lobos com a regência da maestrina Simone Bastos; o violonista clássico José Bahé; o cantor romântico Manoel Tenório; o seresteiro Pissica; Jorginho & Cia; as duplas Caio & Flávio e Wellington & Sueli; Eribério Voz e Violão; Lourenço Teclado e Voz; Ginaldo & Layza, Marcelo Voz e Violão; Diógenes e Teclado; as bandas Love Tropical, Força e Lua, Êxtase, Planeta Água; Barbosa & Conjunto; Léo & Nunes, Ari Queiroz Voz & Violão; Elaine Voz & Violão; Tozinho & Seu Regional; Alfredinho & a música brega; Conjunto Pé de Balcão; Bastinho & Sua Sanfona; o famoso João do Pífano e, as Bandas Cio da Terra e Folha Verde. Tudo isso contribui para elevar a cultura do município de Arapiraca nesse final do século XX.

[ Fonte: Livro “Arapiraca Através do Tempo”, 1999 ]

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TEATRO EM ARAPIRACA – Por Zezito Guedes (Historiador, folclorista e artista plástico)

No início dos anos 1940, faziam pequenas temporadas pelas principais cidades do interior de Alagoas, pequenos circos com os palhaços de perna de pau, que, além dos números de acrobacias, mágicos, rumbeiras, apresentavam também as chamadas peças e teatro mambembe: A Louca do Jardim, Deus Lhe Pague e outras que causavam emoções nos espectadores.

Outra atração artística que aparecia nas cidades do interior era a chamada “Troupe”, que além de comicidade, números de canto e dança – não faltava rumbeira, encenavam, também, peças de teatro, a exemplo da troupe de Zé Gamela que tinha em seu elenco cenógrafo, bailarino e cenarista de talento.

Foram essas as primeiras manifestações artísticas do gênero, que apareceram em Arapiraca e, animavam a cidade várias vezes durante o ano, numa época carente de diversões, pois, ainda não existiam clubes sociais na “Terra do Fumo”.

Influenciado, talvez, por essas apresentações em Arapiraca, o profº Pedro de França Reis, que além de diretor do Instituto São Luis, fazia parte da Congregação Mariana, tomou a iniciativa de reunir alguns jovens para ensaiar as primeiras peças de teatro na escola em Arapiraca, cujo elenco era formado por: Alípio Gomes, João Nobre, José Bernardino, Manoel Oliveira Brabosa, Terto & José Barbosa, Morena, Mariquinha Gomes, Lourdes Correia, Zélia Cavalcante, Alice, Erasmo Nicolau e outros que encenaram as peças: Deus e Alá, O Pequeno Volantim, Deus Lhe Pague, O Saltimbanco e A Família dos Molhados.

Estas primeiras peças de teatro na escola, foram apresentadas no salão da Empresa Força e Luz e, no palco do Cine Leão, sendo muito aplaudidas pelos espectadores que colaboravam com o grupo de teatro, cuja renda era revertida em prol das obras assistenciais da Paróquia N. S. do Bom Conselho.

Mais adiante, em 1950, os adolescentes Pedro Onofre e José de Sá, que já haviam improvisado um circo no fundo de um quintal, resolveram ensaiar também as peças de teatro: O Martírio de Santa Filomena, Terra Vermelha, Coração Materno e outras que fizeram sucesso na época agora como teatro amador.

Com a transferência de Pedro Onofre para Recife/PE, cujo objetivo foi continuar seus estudos, José de Sá continuou a frente do grupo de teatro e, encenou inúmeras peças no palco do Cine Trianon, na então Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca, na Igreja N. S. do Bom Conselho, no Clube dos Fumicultores e, em outras cidades do Agreste e no Morro da Massaranduba. Influenciados por José de Sá, ou mesmo dirigidos por ele, surgiram diversos grupos de teatro amador, que também já encenaram várias peças em Arapiraca.

Também, o Colégio S. Francisco de Assis já encenou algumas peças de teatro, cujo elenco foi formado por alunos do tradicional educandário e, cuja renda era em prol de algumas obras de escolas. O Teatro Universitário ainda formou um grupo de teatro que teve curta duração e, logo entrou em recesso, mas, a qualquer momento poderá ser reativado e voltar a ribalta. As artes cênicas já foram exercitadas também por algumas escolas da rede municipal e poderão desenvolver essa atividade, formando grupos de teatro e encenando suas peças na própria escola, com apoio da Secretaria de Educação e Cultura do município de Arapiraca.

[ Fonte: Livro “Arapiraca Através do Tempo”, 1999 ]

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30 ANOS DE ARTES PLÁSTICAS EM ARAPIRACA – Por Zezito Guedes (Historiador, folclorista e artista plástico)

Até o final dos anos 1940, faziam temporadas, pelo interior de Alagoas, os grupos de teatro mambembe, que traziam cenários coloridos e bem elaborados – como os criados pelo ator, cenógrafo e bailarino Paulo Lima, que exerceram muita influência sobre os primeiros artistas de Arapiraca/AL.

A presença das Artes Plásticas em Arapiraca, data dos anos 1950, quando ocorreram as primeiras manifestações. Em 1956, José de Sá realizou uma individual na Câmara de Vereadores com paisagens, pinturas, sacras e acadêmicas.

Todavia, foi a partir de 1960, que esse movimento artístico desenvolveu-se, com mais seriedade e, em outubro de 1967, foi realizado o 1º Salão de Arte de Arapiraca, durante as festas de Emancipação Política da Cidade e, na inauguração do Real Hotel, onde se mostrou a 1ª Exposição Coletiva de Artes Plásticas – a qual causou um forte impacto, naquela época, sobre o público.

Foi um grande acontecimento artístico e, proporcionou um notável impulso na cultura de Arapiraca. Esse 1º Salão de Arte contou com a participação de Ismael Pereira – o idealizador, Zezito Guedes, Izabel Torres, José de Sá, Alexandre Tito, Mauro Jorge, Chico Artes e Sebastião Ferreira (“Bibi”), que marcaram presença na mostra coletiva com pinturas, desenhos, esculturas em madeira e gesso de estilos diversos: primitivo, clássico, figurativo, impressionista, cubista, nas mais variadas técnicas: óleo sobre tela, pastel, guache, aquarela, etc.

O 1º Salão de Arte de Arapiraca contou, ainda, com a presença do crítico de arte, Marcos Mutti – da Galeria de Arte Álvaro Santos, de Aracaju/SE, que efetuou a classificação da mostra coletiva, cujos resultados causaram ligeiros incidentes, muito comuns, em se tratando de competições, mas não chegaram a ofuscar o brilho desse 1º acontecimento artístico do gênero.

O despertar das artes plásticas no Município proporcionava excelentes resultados, através do tempo, para a cultura da comunidade, que passou a ser conhecida também como um celeiro de arte promissor e, seus artistas foram rapidamente se projetando e conquistando prêmios, não só em Alagoas, mas em outros Estados da Federação.

Os primeiros prêmios foram alcançados no 1º Salão dos Novos Artistas do Nordeste – 1971, na Bahia;. Salão do Sesquicentenário da Independência – 1972, em Recife/PE; 1º Salão de Arte Global de Pernambuco – 1974, em Olinda; 2º Salão Global de Pernambuco – 1975; na inauguração da Casa da Cultura; 7º Salão Nacional de Artes Plásticas – 1978, no Rio de Janeiro; 1ª Feira Nacional de Arte Sacra – 1981, em Salvador/BA; 3º Salão Atalaia de Arte – 1982, em Aracaju/SE, Encontro com a Cultura Alagoana – 1983, no MASP (São Paulo); 34º Salão de Arte Contemporânea de Pernambuco – 1983, em Recife/PE; Alagoas , um Stato del Nordeste del Brasile – 1983, no Museu sant`Egídio, em Roma (Itália) e outros eventos artísticos de muita importância.

Atualmente, participam desse celeiro de arte, 26 artistas plásticos, que exploram diversos gêneros e variados estilos, em pinturas, desenhos, esculturas, serigrafias, que vêm sido expostas em Alagoas e, em outros estados.

Sobressaem nesse panorama artístico de Arapiraca, os pintores: Allan Carlos Monteiro, José de Sá, Marcelo Mascaro, Renan Padilha, Mozart Nunes, Égide Amorim e Dija. Os escultores; Zezito Guedes, Geraldo Dantas, Alexandre Tito, Luiz Fernandes, o popular “Lucas”, Josias Saturnino, Pedro José, Pedro Cassiano, Saturnino João, Arnon Fernandes, Edvaldo Santos, José Humberto, Geraldo Crispim. Ana Rosa Lima, Cícero Brito, Clemilda Vilela, Keka Barbosa, Michela Monteiro e as irmãs Zeneide, Zenilda & Zenaide Petuba.

[ Fonte: Livro “Arapiraca Através do Tempo”, 1999 ]

[ Editado por Pedro Jorge ]