PRIMÓRDIOS DA MÚSICA EM ARAPIRACA


 

Frase:
“Conhecer com mais profundidade a cultura arapiraquense através de suas letras e artes é expandir os horizontes para novas descobertas, é concordar com o famosos físico Albert Einstein que disse: ´A mente que se abre a uma nova descoberta jamais voltará ao tamanho original´”.
Cláudio Olímpio dos Santos (presidente da ACALA – Acala Arapiraquense de Letras e Artes).
[ Fonte (frase): Livro “ACALA – História e Vida”, abril de 2009 ]

 

OS AMBRÓSIOS – Por Zezito Guedes ( Escritor, folclorista e artista plástico )

Remanescentes de nossos irmãos negros, vindos da África na época da escravatura, fixou-se no interior de Alagoas e Pernambuco, a Família Ambrósio, composta de agricultores apegados ao amanho da terra dos senhores feudais.

Seus membros, esses homens simples, desde cedo dedicaram-se á música folclórica do zabumba, que era o encanto do povo do Sertão e, revelaram-se exímios tocadores, atuando nas festas da redondeza com muito sucesso.

Quando Manoel André Correia dos Santos construiu a 1ª Capela do povoado de Arapiraca/AL, em 1965, organizou uma grande festa para inaugurar a Igreja e contratou, em Palmeira dos Índios/AL, o Terno de Zabumba dos Ambrósios, para acompanhar a imagem que vinha em um andor da Cidade de Bom Conselho/PE, para ser padroeira do lugar, isso num mês de agosto.

Dessa época até a data presente, Os Ambrósios continuaram tocando, com regularidade, na Festa de Nossa Senhora (as primeiras foram realizadas em agosto, depois é que mudaram para janeiro), uns sucedendo aos outros.

Assim, a primeira geração de zabumbeiros tocou nos primeiros anos de Arapiraca. A segunda geração dos Ambrósios tocou até o ano de 1930. A terceira tocou no Novenário de N. S. do Bom Conselho até 1965 e, a partir dessa data, já continua tocando na festa a quarta geração dos Ambrósios. Da terceira, Petrônio Ambrósio após tocar 80 anos faleceu, em 1996, com 95 anos de idade.

O simples fato dessa modesta família de músicos animar as festas da Cidade, há mais de um século, merece um registro especial, não só pela dedicação, mas pela ação contínua através dos anos. Assim, com muita justiça, essas quatro gerações dos Ambrósios passam, automaticamente, a fazer parte da própria história de Arapiraca.

A comunidade deve tratar esses componentes do Terno de Zabumba com muita atenção e carinho, pois eles tocam na festa de N. S. do Bom Conselho há mais de um século, recebendo apenas uma pequena contribuição, como testemunhas vivas do passado.

[ Fonte: Livro “Arapiraca Através do Tempo”, 1999 ]

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GONDIM RODRIGUES – Por Zezito Guedes ( Escritor, folclorista e artista plástico )

“Os irmãos Gondim, Genésio e Virgílio Rodrigues foram músicos e seresteiros da velha guarda. Eles eram filhos do líder da Emancipação Política de Arapiraca – Major Esperidião Rodrigues da Silva”.

A cidade de Arapiraca/AL perdeu um pouco sua tradição com ausência do funcionário público exemplar, do músico dedicado, do boêmio da velha guarda, enfim, da figura humana que era Gondinzalves Rodrigues de Melo – o popular “Gondim”. Ele era uma criatura de múltiplas emoções. Era, a um só tempo radical, polêmico, moralista, bairrista, ás vezes controvertido, mas sobretudo um pacifista autêntico. Filho do emancipador da Cidade, major Esperidião Rodrigues da Silva e casado com D. Marinete Lúcio. Dessa união nasceram: José, Rosa, Gilberto, Salete, Celeste, Fátima e Gilson.

Gondim passou a infância como os meninos de seu tempo: correndo em cavalo de pau, caçando passarinhos, subindo nos umbuzeiros, banhando-se no açude da velha Lourença, jogando castanha e brincando de cinturão queimado. Adolescente, segundo a tradição da família, logo cedo deu os primeiros passos na música, tocando percussão, ao lado de seus irmãos, de seus primos e de outros, que tocavam os principais instrumentos da Banda de Música União Arapiraquense.

Ao completar 18 anos, como era comum naquela época, Gondim ingressou no Tiro de Guerra 657, onde se destacou como um soldado padrão, imbuido do espírito patriótico que lhe era peculiar. Após o serviço militar, com a Emancipação Política de Arapiraca, Gondim ingressou no quadro de funcionários da Prefeitura como fiscal, auxiliando seu próprio pai e, participando ativa e apaixonadamente da vida política de Arapiraca.

Como seresteiro e boêmio, Gondim formou na linha de frente da “velha guarda”, ao lado de seu irmão Virgílio e de seus parentes e, outros “amigos da opa” da velha madrugada.

Na música, Gondim marcou época e foi um dos esteios, sempre ao lado de seu mano Virgílio. Atuou por mais de 40 anos e, passou por todos os maestros que regeram a Banda de Arapiraca, desde o Mestre Vieira até o Maestro Nelson Palmeira, seu grande amigo. Finalmente, depois de passar por tantas emoções, seu grande coração cassou de bater na terra que o viu nascer e, de onde nunca saiu.

[ Fonte: Livro “Arapiraca Através do Tempo”, 1999 ]

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GENÉSIO RODRIGUES – Por Zezito Guedes ( Escritor, folclorista e artista plástico )

Uma criatura simples, de natureza amena; porém, austero e introspectivo. Homem culto para sua época. Assim, era Genésio Rodrigues, um dos filhos do major Esperidião Rodrigues, o líder da Emancipação Política de Arapiraca.

Apesar de ser uma criatura dócil e educada, ele era muito calado, sóbrio e afastado de umas tantas coisas: não dançava, não bebia, não fumava e nem jogava; era realmente muito retraído, desde a infância. Entretanto, muito cedo começou a levar a vida a sério.

Estudou com o Mestre Antônio Raimundo, com seu irmão Domingos e com a professora Antônia Macedo; nas suas horas vagas, Genésio dedica-se á música, sob a regência de Mestre Vieira.

Quando chegou a época de servir á Pátria, Genésio Rodrigues, que era músico por vocação e obrigação, foi servir na capital, no 20º BC, como músico de 1ª classe, tocando o 2º piston, ao lado de Nelson e Euclides. No quartel, Genésio serviu durante cinco anos; e, ao dar baixa, voltou para sua terra, reingressando na União Arapiraquense, agora como regente; e também na prefeitura, onde passou a atuar como secretário de seu próprio pai, o Major Esperidião Rodrigues.

Como músico polivalente, Genésio Rodrigues era um excelente piston e dedicado maestro, autor de vários dobrados da banda, que dirigiu durante cinco anos. Além de piston, Genésio, ainda dominava com facilidade o clarinete, a requinta e também o violão, chegando até a formar um regional por conta própria, tocando em festas, aniversários e outros eventos, tanto em Arapiraca como em cidades circunvizinhas, como Palmeira dos Índios, Limoeiro de Anadia, Igreja Nova, Junqueiro/AL, etc..

Na música, Genésio ainda permaneceu durante muitos anos, tocando até o carnaval de 1938, quando, aos poucos, foi se afastando da área dedicar-se somente ao serviço público, onde permaneceu por quase meio século, atuando como secretário e ocupando, também, o cargo de prefeito por diversas vezes, mas sempre com a modéstia que lhe era peculiar e, sua reconhecida timidez. Genésio Rodrigues é considerado uma das reservas morais de Arapiraca.

[ Fonte: Livro “Arapiraca Através do Tempo”, 1999 ]

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MESTRE JOVINO CAVALCANTE  – Por Zezito Guedes ( Escritor, folclorista e artista plástico )

Egresso da primeira escolas de música de Arapiraca/AL, a Sociedade Musical União Arapiraquense, fundada por Esperidião Rodrigues, em 1908, Jovino Cavalcante levou toda a sua vida lidando com partituras, se constituindo num dos valores da cultura popular regional, ao lado de seus parentes: Virgílio Rodrigues, Gondim, Toinho Rodrigues, Chico leite, Né Firmino e outros que tiveram o privilégio de tocar no dia da festa de Emancipação Política de Arapiraca, em 1924, que contou com a presença do interventor Costa Rêgo.

Membro de tradicional família arapiraquense, “Mestre Jovino” era um homem franzino e de baixa estatura, muito calmo e de cabeça avantajada, que se afirmou como um dos grandes valores do passado e, ainda hoje, permanece na memória de quantos o conheceram.

Músico, instrumentista, compositor e maestro, “Mestre Jovino” deixou dezenas de valsas inéditas, que seus familiares guardam com muito carinho. Foi um dos primeiros seresteiros de Arapiraca, no início do século XX.

Como músico, fez uma peregrinação por diversos Estados. Esteve, inclusive, no Rio de Janeiro/RJ durante algum tempo, onde conviveu com Virgílio Rodrigues, Augusto Calheiros, José Rodrigues de Resende e outros da chamada “velha guarda” e, por fim, voltou á Arapiraca, desiludido com a cidade grande.

Além de reger em Arapiraca, Mestre Jovino foi regente de várias bandas em outros municípios alagoanos, com relativo sucesso. Finalmente, já com idade avançada e vítima de pertinaz enfermidade, faleceu o Mestre Jovino Cavalcante, o músico com alma de poeta

[ Fonte: Livro “Arapiraca Através do Tempo”, 1999 ]

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MAESTRO ANTÔNIO LEITE – Por Zezito Guedes ( Escritor, folclorista e artista plástico )

Antônio Leite Neto é natural de Arapiraca/AL, onde nasceu em 21 de janeiro de 1921 e, é uma das figuras tradicionais e um dos remanescentes das raízes fundadoras da cidade. É filho do Sr. Francisco Leite Cavalcante e de D. Francisca Augusta de Macedo; neto do Sr. Antônio Leite da Silva e de D. Lourença Ferreira de Albuquerque; bisneto do Sr. José Veríssimo dos Santos, o segundo colono que se instalou em Arapiraca, em 1958, que era um dos genros do Cel. Amaro da Silva Valente.

Na década de 1920, seus pais lhe educaram seguindo a tradição da família, ou seja, ensino religioso na escola particular do “Profº Minguinho” e o ensino musical, acompanhando suas origens, pois, seu pai era trombonista da Escola Musical União Arapiraquense. Ainda criança, participou de um reisado ensaiado por “Mestre Tôta”, onde ocupava o lugar de rei; tempos depois, afastou-se desse folguedo natalino e, logo em seguida, aprendeu a tocar cavaquinho e tornou-se um exímio instrumentista.

Mais adiante, já adolescente, participou da Banda Escola Musical Arapiraquense, cujo maestro era o seu tio, Jovino Cavalcante, e os músicos eram os seus primos e outros familiares. Mais tarde, já adulto, aprendeu a profissão de pedreiro e trabalha uma longa temporada com Valdemar Lucindo, promovendo-se em seguida a mestre de obras, função que ocupou por mais de 30 anos.

Continuando sua trajetória de músico, toma parte em um conjunto musical – uma pequena orquestra, conhecida na época como “jazz” a que atuava em festas, aniversários, casamentos, bailes e acompanhando também os pastoris nos anos 1940. Nessa fase, também participava de serenatas.

No ano de 1947, tomou uma iniciativa que mudaria o rumo de sua vida: ingressou na Igreja Evangélica Assembleia de Deus e, em seguida fundou o Coral Sião e, em 1950, fundou a banda de música Som Alegre, da qual está a frente há 45 anos ininterruptos.

A presença do Maestro Antônio Leite, em Arapiraca, marcou época pela sua capacidade de trabalho, sua simplicidade e sua conduta perante a comunidade. Por isso, um homem que honra sua terra natal.

[ Fonte: Livro “Arapiraca Através do Tempo”, 1999 ]

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MAESTRO NELSON PALMEIRA – Por Zezito Guedes ( Escritor, folclorista e artista plástico )

Nelson Soares Palmeira era natural de Traipu/AL, na margem esquerda do Rio São Francisco, onde nasceu em 27 de maio de 1910, oriundo da tradicional família ligada ao mais importante celeiro musical alagoano, muito cedo deu seus primeiros passos nas partituras cujas notas musicais seriam suas companheiras inseparáveis durante toda sua vida.

Assim, aos doze anos de idade, já tocava órgão acompanhando as missas celebradas pelo Pe. Alfredo da Igreja de N.S. do Ó e, ainda muito jovem, deixou sua terra natal em busca de melhores dias ingressando ns fileiras da Polícia Militar de Alagoas, que tinha como regente o famoso Maestro Passinha, como primeiro clarineto, obtendo várias promoções por mérito, chegou a 1º sargento. Nessa época, casa-se com Julieta Lemos Palmeira de, cujo enlace nasceram Antônio Lemos Palmeira, Maria Amália Palmeira Rodrigues e Wellington Lemos Palmeira. Segundo seus contemporâneos, teria uma carreira promissora como militar e músico de 1ª grandeza, porém, inesperadamente resolveu deixar a caserna, em 1951.

Ao deixar a Polícia Militar, voltou a Traipú, onde passou a lecionar música para a juventude de sua terra natal, durante um ano, até que, em 1952, o então vereador José Lúcio de Melo, presidente do Clube dos Fumicultores de Arapiraca, encarregou o comerciante João Vigário a viajar a Traipú e, convidar o Maestro Nelson Palmeira para assumir a regência da Banda dos Fumicultores e ensinar música em substituição ao Maestro Araújo; nesse cargo, permaneceu durante vinte e dois anos e, foi onde passou os melhores momentos de sua vida, conquistando grandes amizades, muito prestígio na sociedade e a admiração do povo arapiraquense.

Em 29 de dezembro de 1956, foi um dia de tristeza para o Maestro Nelson Palmeira: falece sua esposa D. Julieta Lemos Palmeira, mas apesar do transe ele continua a frente da banda. Tempos depois, em 1957, casa-se em segundas núpcias com Maria Emília Palmeira.

Maestro de reconhecida capacidade e um instrumentista polivalente, tocava com a mesma performance: clarineto, requinta, saxofone, órgão e piano. Foi o autor da música do Hino de Arapiraca e do Hino do ASA (Associação Sportiva Arapiraquense), compôs diversos dobrados, valsas, boleros, choros, marchas e frevos, que ainda hoje alegram a cidade. Foi também o mestre de várias gerações de músicos que ainda hoje dignificam e continuam o seu trabalho artístico.

Permaneceu á frente da banda durante vinte e dois anos e, quando esta se desvinculou do Clube dos Fumicultores, o Maestro Nelson Palmeira assumiu o comando e criou a sua banda – Lira Arapiraquense, agora, contando com o apoio do Cônego Epitácio Rodrigues, que, inclusive, financiou a aquisição de novos instrumentos musicais e o Maestro Nelson, como prova de gratidão, colaborava com a Paróquia N. S. do Bom Conselho, acompanhando solenidades, cerimônias religiosas e procissões.

Sua presença em Arapiraca durante quase meio século, foi de grande importância para a cultura local, pois, além de colocar sua vida a serviço da música como maestro e professor de música, legou ás gerações contemporâneas, verdadeiras lições de civismo e o público emocionava-se ao vê-lo imponente marchar á frente de sua banda de música. E, finalmente, cumpriu a sua palavra e o seu desejo: “Eu quero reger e tocar até o fim de minha vida”.
[ Fonte: Livro “Arapiraca Através do Tempo”, 1999 ]

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JOSÉ RODRIGUES DE RESENDE – Por Zezito Guedes ( Escritor, folclorista e artista plástico )

Remanescente de uma família de músicos, que surgiu em 1908, com a Sociedade Musical União Arapiraquense, fundada por seu avô, major Esperidião Rodrigues, o popular “Zé Resende” era filho de Rosendo Leandro e Amália Rodrigues de Melo.

Da Sociedade Musical fazia parte todos os filhos e sobrinhos do fundador. Foi nesse ambiente de tanta melodia que o menino Zé Resende deu os primeiros passos e, estudando com a Tia Chiquinha Macedo.

Passou a infância com seus pais e irmãos. Rivadávia, Osmário Rodrigues, Lilita e Everaldo. Ainda adolescente, Zé Resende resolveu tentar a vida no Sul do País e, como todo “Barriga Verde” pegou um “Ita no Norte” e foi aportar no Rio de Janeiro.

Na “Cidade Maravilhosa”, como era natural, o rapazola enfrentou algumas dificuldades nos primeiros dias. Entretanto, depois de bater em algumas portas, conseguiu, finalmente emprego em um colégio dirigido por um religioso.

A partir de então, a sorte começou a beijá-lo: o padre Abelardo, ciente de que era alagoano, depois de uma rápida entrevista, afirmou que havia conhecido seu avô Esperidião Rodrigues, quando este residiu em Igreja Nova. O moço José Rodrigues de Resende passou a ter um certo privilégio; podia residir e estudar naquela escola.

Todavia aquela passagem naquele colégio teve uma curta duração. Ao completar 18 anos, “Zé Resende” ingressou nas fileiras do Exército Brasileiro, onde fez o Curso de Enfermagem. Quando eclodiu a 2ª Guerra Mundial, foi convocado para integrar a Força Experdicionária Brasileira que partia para a Itália, onde participou dos combates de Montese, Massarosa, Monte, Fomovo, Lepiéve, etc., já como cabo enfermeiro.

Voltando da 2ª Guerra com algumas medalhas e a promoção de sargento, em 1945, “Zé Resende” começou a frequentar as rodas de boêmias da Taberna da Glória, Largo do Machado e outros redutos de músicos, cantores e compositores do Rio de Janeiro, onde manteve estreitas relações de amizade com Augusto Calheiros, Luperce Miranda, Jararaca & Ratinho, Zé do Norte, Virgílio Rodrigues, Jovino Cavalcante e outros daquela época.

José Rodrigues de Resende se revelou um excelente letrista, compondo várias músicas do nosso cancioneiro popular, gravadas pelo inimitável Augustro Calheiros. Não fosse a vida irregular e tumultuada que levara no Rio de Janeiro: além de boêmio incorrigível, era por demais mulherengo, teria ter conseguido o seu talento, fama e boas condições financeiras. No entanto, forçado pelas circunstâncias a que chegava frequentemente, vendeu, nas mesas de bares, músicas de sua autoria a outros compositores. Como exemplo, cito a música Meu Pinhão, que Zé do Norte cantou, gravou e registrou como se fosse de sua autoria.

Mesmo assim, “Zé Resende” compôs algumas músicas que lhe deram nome e prestígio no meio de compositores de então e, que se transformaram em belas páginas da música popular brasileira, na voz autêntica do também alagoano, Augusto Calheiros: Grande Mágoa, Vida de Caboclo na Cidade e Célia – dedicada á sua própria prima Célia Macedo, que causaram tantas emoções por esse Brasil afora.

Falecido em 1969, “Zé Resende” era capitão da reserva, mas, como “Santo da casa não faz milagre”, ainda hoje é pouco conhecido em sua terra natal – Arapiraca/AL.

[ Fonte: Livro “Arapiraca Através do Tempo”, 1999 ]

[ Editado por Pedro Jorge ]

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