Cine Trianon


Adeus ao Cine Trianon
Por Davy Sales

Aos poucos a Cidade vai apagando os rastros de sua história, para esquecer, para zerar a memória. Uma cidade forja sua identidade sob o lastro de suas obras que lentamente desenham a história do lugar, compondo um quadro de permanente referência, como a arquitetura de suas habitações e prédios públicos, igrejas, praças, monumentos. Há também o imaterial: as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas como parte integrante de seu patrimônio cultural.

Nestes dias estamos assistindo a demolição do Cine Trianon, que foi o principal cinema da Cidade durante os anos 1970-80. Aos poucos deixou de lado as exibições da Paixão de Cristo, Romeu e Julieta, Bruce Lee, Chaplin e Os Trapalhões e aderiu ao modelo de cinema pornô. Depois foi desativado. A Prefeitura assumiu e funcionou por algum tempo como Espaço Cultural. Depois tornou-se o único palco de teatro da cidade. Havia uma agitação e cena artística no seu entorno. Até festival de teatro de grande e rara beleza nos foi dado. Nesta década ficou fechado a maior parte do tempo, alugado, vez ou outra, para o teatro besteirol. Com a demolição, para instalar uma loja de roupas populares, a Cidade põe abaixo um espaço cheio de histórias da vida cultural dos arapiraquenses.

Link: http://agrestenews.blogspot.com.br/2010/02/adeus-cine-trianon-ou-esclerose.html

[ Fonte: Agreste News, 18 de fevereiro de 2010 ]

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Roteiro Cinematográfico Sem Final Feliz
Por Fernando Vinícius ( Repórter )

O primeiro cinema de Arapiraca/AL foi inaugurado em 1940, época em que o mundo vivia sua 2ª grande guerra. Apesar da distância em relação ao front das batalhas, a sala escura era um refúgio seguro e barato para esquecer, pelo menos por cerca de duas horas, o noticiário do conflito mundial, que dominava a pauta dos meios de comunicação. Agropecuarista com visão empreendedora, Manoel Leão – pai do ex-prefeito e ex-deputado estadual Severino Leão –, inaugura o primeiro espaço destinado unicamente ao lazer na Cidade, que se desenvolvia impulsionada por sua vocação agrícola.

Cinema Trianon Era o Mais Moderno
Aberto em 1952, doze anos depois do investimento pioneiro em Arapiraca, o cine-teatro Trianon tornou-se a melhor opção de lazer da cidade. A sala imensa exibia no telão produções saídas da fábrica de sonhos instalada na Califórnia, costa oeste dos Estados Unidos.

O artista plástico José de Sá, ex-secretário municipal de Cultura, recorda o roteiro que antecedia a sessão, fosse mais uma produção hollywodiana ou a mais nova chanchada nacional.

Quando tinha 60 mil habitantes e vivia à margem do progresso, Arapiraca dispunha de três grandes cinemas. Quase três décadas depois, a Cidade evoluiu no aspecto econômico e se tornou referência na prestação de serviços para diversas cidades do Agreste, Sertão e Baixo São Francisco. O município também se consolida como polo educacional.

Amigos Recordam Histórias da Vida Real
O encontro entre os amigos também propiciou a lembrança de histórias passadas fora da sala escura. Zezito Guedes, José de Sá e Márcio Queiroz confirmaram a versão sobre um episódio protagonizado por um ocupante de cargo comissionado na prefeitura de Arapiraca que, por falta do crachá, terminou levando um tiro na perna. O disparo foi efetuado pelo então responsável por fiscalizar a frequência de público no cine Trianon, o agente de estatística impediu o acesso do aspone, que insistia em entrar e sair do cinema sem dar a mínima para o fiscal.

Arapiraca Sofre Com a Falta de Espaços Multiculturais
A Secretaria de Cultura de Arapiraca conta com orçamento anual apertado, mas tem obtido bons resultados com a consolidação de projetos de cultura popular, desenvolvidos em bairros e comunidades rurais. O atual titular da pasta, radialista Ronaldo Oliveira, destaca os avanços – como a realização de festejos juninos em todo o Município –, mas admite: “Arapiraca ainda é muito carente e sofre com a escassez de espaços culturais”.

Link: gazetaweb.globo.com/gazetadealagoas/imprimir.php?c=99212

[ Fonte: Jornal Gazeta de Alagoas – Edição de 5 de novembro de 2006 ]

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CINE TRIANON [ Acróstico-Memória ]
Autor: Pedro Jorge (blog Arapiraca Legal)

[ C ] ine Trianon foi o segundo cinema de Arapiraca (AL).
[ I ] mportante antiga opção de lazer surgiu após o Cine Leão.
[ N ] a época foi parte da visão empresarial de José Ferreira Barbosa (in memoriam)
[ E ] foi durante muito tempo dirigido por Claudir Aranda Valeriano/Dinho do Cinema (genro do proprietário) e José Moacir Teófilo.

[ T ] rianon foi palco de várias manifestações culturais, portanto, sendo, o maior entretenimento dos (as) arapiraquenses durante anos.
[ R ] epresentou local de apresentações de peças teatrais e pastoris;
[ I ] nclusive e principalmente com ampla sala e espetacular tela.
[ A ] presentações de diversos artistas a exemplo de Sidney Magal, Roberto Leal, Jerry Adriani, Waldick Soriano, Daniel Brasileiro, Ângela Maria,
[ N ] elson Gonçalves, Perla e outros (as).
[ O ] palco de shows de calouros também foi… Apresentado por José de Sá às quartas feiras.
[ N ] a inauguração o primeiro filme apresentado foi O “Feiticeiro no Céu”, seguido de “Fabíola” e “Matei Jesse James”.

Fonte: coluna Arapiraca – Memória Viva do jornal Jornal de Arapiraca – Eli Mário Magalhães, Manoel Lira, Roberto Baía e Carlo Bandeira.

COMENTÁRIOS

1. Lenine Filho
“Cine Trianon”.

2. Severino Mota
“Arapiraca/AL sempre faz por onde esquecer sua história. Este prédio deveria ser tombado e não foi!”

3. Valdy Veras
“SAUDADES…”

4. Jacyara Martiniano
“Owwwwwwwwwww… SAUDADES!!!”

5. Rose Marie Hora
“Saudades… foi bem ai que assisti O Exorcista! Que medo!”

6. José Carmo de Sá
“O MAIOR CRIME FEITO COM A HISTÒRIA DE ARAPIRACA. AINDA TEM PESSOA QUE DIZ QUE TEM CULTURA E ESCREVE , E PUBLICA LIVROS COMETENDO UM ABSURDO PARA CATAR TROCADOS, DEMOLINDO A HISTÓRIA QUE FOI CONSTRUÍDA POR JOSÉ BARBOSA E COARACI DA MATA FONSECA”.

[ Fonte: Facebook de Eli Mário Magalhães Moraes, 11 de agosto de 2014 ]

[ Editado por Pedro Jorge / E-mail: pjorge-65@hotmail.com ]

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