Antônio Carlos da Conceição

CONCEIÇÃO (IN MEMORIAM)
Por Cláudio Olímpio dos Santos (presidente da ACALA)

A realidade nos levou a crer que não teremos mais a nossa disposição registrado nas páginas do informativo anual da ACALA (Academia Arapiraquense de Letras e Artes), as cativantes e sábias palavras do nosso notável confrade e brioso centenário, Antônio Carlos da Conceição (in memoriam), membro efetivo deste sodalício, que foi exemplo transparente de vigor, devotamento e zelo pelo incremento da ACALA. Apesar dos poucos anos que subsistiu em nosso convívio acadêmico, ele transformou-se em uma semente fecundante e vigorosa que só teve a produtividade de sua fértil imaginação estagnada, após o seu último suspiro.

Quanta saudade sobrecarrega o nosso peito desolado, ao imaginar vazia a Cadeira N° 15 que pertencia a esse literato sergipano que se transformou em um verdadeiro amante da ACALA e um magnificente simpatizante de Arapiraca (AL) e sua cultura. A sua semente ficou lançada e poderá continuar germinando, o seu gesto heroico expresso através da fala e da escrita, há de perpetuar nos registros da nossa história acadêmica.

A sua ausência nos enche de saudades, toca profundamente os nossos sentimentos e deixa-nos em situação cruciante pela marcante e contundente falta que nos faz. O que nos conforta é a certeza de que Deus o acolheu na Sua Casa Celestial e lá, Antônio Carlos da Conceição, está muito bem Que assim seja!

Fonte: “Informativo ACALA” N° 16 (junho de 2017) – Cláudio Olímpio dos Santos.

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O DESCONHECIDO
Por Antônio Carlos da Conceição ( Membro da ACALA – Academia Arapiraquense de Letras e Artes )

Arapiraca/AL tem uma dívida enorme a resgatar para com a memória do Dr. José Fernandes de Barros Lima. Uma dívida bem do tamanho do seu brilho, na constelação dos Municípios alagoanos. Do tamanho do respeito que sua gente merece pelo idealismo e dedicação ao trabalho, na construção do seu futuro.

Quem foi José Fernandes de Barros Lima? Fazendo-se uma pesquisa nas ruas de Arapiraca, é difícil imaginar, de antemão, se possível encontrar alguém que saiba responder quem foi José Fernandes de Barros Lima. A constatação dolorosa é de que, para muita gente trata-se de pessoa absolutamente desconhecida.

Procurando-se saber quem foi Zumbi, é bem provável que muita gente saiba quem foi. Ainda que tal personagem não tenha tido, em algum momento, qualquer ligação
com Arapiraca. Se a pesquisa procurar saber quem foi Princesa Isabel,
acontecerá uma goleada! Todo mundo sabe. E, assim acontecerá com muitas outras
perguntas, sobre alguém que nunca passou por Arapiraca.

Mas, por que Arapiraca não sabe quem foi José Fernandes de Barros Lima? Perguntando-se a qualquer pessoa na rua, em que data ocorreu a Emancipação de Arapiraca, a resposta está pronta: 30 de outubro!

Eis aí, porque ninguém sabe quem foi José Fernandes de Barros Lima. O nome de José Fernandes de Barros Lima está ligado diretamente á verdadeira data da Emancipação Política de Arapiraca. E a data que se conhece, não é, nem de Direito, nem de fato, a data em que Arapiraca libertou-se do domínio de Limoeiro de Anadia (AL).

José Fernandes de Barros Lima foi o presidente (?) do Estado de Alagoas que decretou a maioridade de Arapiraca, sancionando a lei 1109, que criou o município, desmembrando seu território do município de Limoeiro. No dia 30 de maio de 1924, repito, 30 de maio de 1924!!!

Explica-se, então, porque o povo de Arapiraca não sabe quem foi José Fernandes de Barros Lima. Vulto do maior destaque na consumação do Ato Libertário, objeto da
luta incansável de Esperidião Rodrigues. Se, a verdadeira data da Emancipação
fosse afixada, com o destaque devido, na História, certamente, o nome de José
Fernandes de Barros Lima estaria gravado na alma do povo. Porque a criatura
permanece ligada, para sempre, ao seu criador. Ao se pensar na Libertação, logo
vem á memória o nome do Libertador. Bem como, falando-se no Libertador,
ressalta o motivo do cognome. Porque são coisas inseparáveis. Um não existe sem o
outro.

Talvez tenha ocorrido, ignorar-se a data real da Emancipação, o que preferimos classificar de descuido, e um descuido profundamente lamentável, por causa da
transição política que o Estado vivia, naquele momento. O presidente (?), a quem
coube sancionar a lei 1109, Emancipando Arapiraca, estava em final de mandato. O
seu sucessor eleito em março, já se preparava para tomar posse em 12 de junho.
12 dias, portanto, depois da lei sancionada. Entretanto, fato importante e
significativo, que chama á atenção, é que, o acordo para que o povo esperasse
outubro para comemorar, foi feito com o sucessor – Dr. Pedro da Costa Rego, que,
inclusive, esteve presente ás comemorações, no dia 30 de outubro.

Este evento, simplesmente, ofuscou o papel do Libertador, no ato da Libertação.
E, consequentemente, apagou a imagem de José Fernades de Barros Lima. É a tal
história: “Atirei no que vi, matei o que não vi”. “Um planta, outro colhe”. Esta
distorção – a bem da verdade, da incontestabilidade dos fatos, e, para honrar,
fazendo justiça, a memória daqueles que particparam da nossa História, com
indiscutíveis méritos – precisa, e deve ser corrigida, sem delongas!

Acorda, Arapiraca!!! Na galeria dos vultos ilustres da tua História está faltando alguém! Falta aquele que te deu a mão, para subires á passarela! Falta o libertador!!!

A Sociedade de Arapiraca, na voz dos seus legítimos representantes, precisa sair a campo, para discutir este assunto. Que, até discorde do ponto de vista exposto. Mas, discuta-o.

Fonte: “Informativo da ACALA” Nº 11, junho de 2012

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Comemoração da Emancipação Política de Arapiraca seria hoje (30), defende ACALA – Tradição do 30 de outubro é citada como erro histórico Da Redação (30 de maio de 2013)

A ACALA (Academia Arapiraquense de Letras e Artes) contesta a data de comemoração da Emancipação de Arapiraca. Tradicionalmente celebrada no dia 30 de outubro, data teria sido adotada por erro histórico, defende a instituição. Durante solenidade na noite desta quarta-feira (29), acadêmico expôs trabalho sobre o assunto.

Poderia ser apenas um detalhe para alguns, mas a questão tem levantado debates e angariado adeptos no cenário político. O deputado estadual Ricardo Nezinho (PMDB) defendeu, ontem (29), no Fórum de Arapiraca, que a população arapiraquense conheça essa parte da história da Cidade.

Ricardo Nezinho frisou que soube do fato somente durante uma visita à Acala no início deste ano. “O projeto de lei foi assinado pelo então governador de Alagoas, Fernandes Lima, no dia 30 de maio de 1924, o que significa que foi este o dia da Emancipação do Município que passou a ser comemorado no dia 30 de outubro porque somente nesta data o governador pôde vir à Arapiraca comunicar oficialmente o fato”, explicou.

O membro da ACALA, Antônio Carlos da Conceição, apresentou o trabalho “Considerações sobre a História de Arapiraca”, no qual contesta o fato de a Cidade desconhecer a verdadeira data da emancipação. A equipe da Academia distribuiu ainda cópias do decreto assinado por Fernandes Lima e datado de 30 de maio de 1924.

Comentários:

Arapiraca sente falta de estudiosos que possam resgatar algumas histórias que nunca poderão ser esquecidas. Um povo sem história é raça sem identidade, temos que saber quem somos, para poder saber pra onde vamos e o que faremos. Vamos dar valor a quem merece… Historiadores arapiraquenses muito obrigado! Hoje é o dia do aniversário da nossa Arapiraca, então VIVA ARAPIRACA!” – Júnior (30/05/2013).

Pois se é assim, os políticos arapiraquenses tem que resolver isso, não podemos continuar comemorando a Emancipação na data errada, e para que nossos descendentes possam conhecer a verdadeira história de nossa cidade“. – Josy (30/05/2013).

Fonte (link):  http://www.7segundos.com.br/noticias/editoria/alagoas/comemoracao-da-emancipacao-de-arapiraca-seria-hoje-30-defende-acala/23424

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A CRUZADA ACALIANA
Por Antônio Carlos da Conceição ( Sócio-correspondente da ACALA, Aracajú/SE, 20 de janeiro de 2009 )

I
O sócio presente
A ACALA, coesa embala,
Pujante e fremente!

II
A não ser assim,
Percalços de dúbios passos
Conduzem por fim…

III
Somente o que cala –
Direito no nosso peito –
Vitórias da ACALA.

IV
Presença constante –
Fazemos o que queremos –
ACALA Vibrante!

Fonte: Livro “ACALA – História e Vida”, abril de 2009

[ Editado por Pedro Jorge / E-mail: pjorge-65@hotmail.com ]

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