CORDEIS / Cárlisson G.

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BIOGRAFIA (Sinopse)

Cárlisson Borges Tenório Galdino nasceu em 24 de abril de 1981 na Maternidade Nossa Senhora de Fátima, Município de Arapiraca, interior de Alagoas. Filho do Sr. Cícero Galdino dos Santos, ex-professor de Ciências, ex-bancário do Banco do Brasil e atualmente empresário e de Dona Eunice Maria Borges Tenório Galdino, professora de Português com especialização em Psicopedagogia.

[ Fonte: livro ACALA: História e Vida, abril de 2009 ]

Nota: Leia esta biografia completa no post Cárlisson Galdino desse mesmo blog (Arapiraca Legal).

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CORDEL DO SOFTWARE LIVRE
Autor: Cárlisson Galdino

Caro amigo que acompanha / Essas linhas que ora escrevo
Sobre um assunto importante / Qua até pode causar medo
Mas não é tão complicado / Você vai ficar espantado
Não ter entendido mais cedo.

Aqui falo de uma vida / Da mais justa que se viu
Por democratização / Nesse espaço tão hostil
Que é dos computadores / Falo dos novos valores
Que estão tomando o Brasil.

Apresento um movimento / De uma luta deste instante
Que mexe com muita gente / Por isso não se espante
Se noutro canto encontrar / Alguém a disso falar
Mal e de modo alarmante.

Faço apelo á inteligência / Se encontrar quem diga: “é não!”
Não tome nenhum, nem outro / Por verdadeira verrsão
Leia os dois, mas com cautela / Que a verdade pura e bela
Surgirá á sua visão.

Pois eu trago nesses versos / Quem busca pode encontrar
A verdade, puros fatos / Que pode se sustentar
Já é dito em muitos cantos / Mas como já falei tanto
Vamos logo começar.

Computador e internet / Vivem no nosso presente
Mesmo sendo tão ligados / Cada um é diferente
Mas toda coisa criada / Não serviria pra nada
Se não fosse para gente.

Como uma calculadora / Um bocado mais sabida
Nasceu o computador / Pra fazer conta e medida
Mas foi se modernizando / Seu poder acrescentado
E o “programa” ganhou vida.

O computador não pensa / Precisa alguém dizer
O “programa” é o passo a passo / Diz como é pra fazer
Cada passo do roteiro / O computador, ligeiro
Faz logo acontecer.

Cada programa é escrito / Por um sábio escritor
Que escreve o passo a passo / Como quem está a compor
E escreve totalmente / Como só ele entende
Esse é o programador.

O programa assim escrito / Nessa forma diferente
Não é logo percebido / Pela máquina da gente
Um tal de “compilador” / Traduz pro computador
Numa versão que ele entende.

E é assim que um progrma / Tem duas formas sagradas
Uma pro programador / Outra que á máquina agrada
Sempre que alguém solicita / É a primeira que se edita
E a segunda é recriada.

Isso parece confuso / Mas não é confuso não!
É como ter um projeto / Pra ter a realização
É como a gente precisa / tela para pintar camisa
Como planta e construção.

A primeira forma tida / “Código-fonte” se chama
E o programador entende / Essa forma do progra ma
Mas só é aproveitável / Só no modo “executável”
Computador não reclama.

Para o programador / O código é usado
Para o computador / O programa é transformado
O “executável” é feito / Traduzindo, e desse jeito
Temos o segundo estado.

E por muito tempo foi / Que todo programador
Toda vez que precisava / De algo que outro já criou
Esse outro prontamente / Passava logo pra frente
O programa salvador.

O codigo aproveitado / Poupava trabalho e tempo
O amigo aproveitava / E se estava falho e lento
O programa original / Era mudado, e afinal
Funcionava como o vento.

E o programador primeiro / Como forma de “Obrigado!”
Recebia essa versão / Corrigida do outro lado
Graças ao que foi cedido / Com a mudança de um amigo
Dois programas, melhorados.

Veja, amigo leitor / Como tudo funcionava
Por que ter que criar de novo / Se isso feito já estava?
Em uma grande amizade / Viveu tal comunidade
Enquanto a vida deixava.

O mundo programador / Nessa vida se seguia
Mas tudo se complicou / Quando em um certo dia
Um programador brigão / Quis arrumar confusão
“Copiar não mais podia”.

Esse tal programador / Uma empresa havia criado
Queria vender caixinhas / Com um programa lacrado
Cada caixa adorável / Apenas o executável
Trazia ali guardado.

E o pior é que a caixinha / Não dava nem permissão
De instalar em outro canto / O programa em questão
Mesmo pagando a quantia / A caixinha só servia
Para uma instalação.

Assim veja, meu amigo / Cada programa comprado
Não traz código consigo / Só o que será executado
Não dá para alterar / Nem mexer, nem estudar
Esse programa comprado.

Veja bem que, além disso / Apresenta restrição
O programa não permite / uma outra instalação
“se há outro computador, / Outra caixa, por favor”
É o que eles lhe dirão.

Desse jeito que tem sido / Nesse mundo digital
Os programas mais famosos / funcionam tal e qual
Agora lhe foi mostrando / Só os “programas fechados”
Como Windows, Word ou Draw.

Outra coisa que acontece / Com os programas fechados
é que quem for fazer outro / Terá todo o retrabalho
Haja quinhentos já feitos / Fará de novo, que jeito?
pois o código é negado.

E quem já tem algo pronto / Mais e mais se fortalece
Quem começa hoje sem nada / Não tem chance e já padece
Com poucos fortes então / Há bem pouca inovação
Só o monopólio cresce.

Foi desse jeito que um mundo / Tão saudável e integrado
Foi trocado por um outro / Egoísta e isolado
Que lucra um absurdo / E esmaga quase tudo
Que se oponha a seu reinado.

Todos estávamos tristes / Com nosso triste presente
Um mundo de egoísmo / Era esperado, somente
Um mundo de ferro e açoite / Mas depois da fria noite
O sol nasceu novamente.

Contra esse mundo cruel / Que tudo quer acabar
Pra dinheiro a qualquer preço / Fazer tudo pra ganhar
Apareceu boa alma / Era o Richard Stallamn
Que vinha tudo mudar.

Aos poucos foi se tornando / Uma grande multidão
De grandes programadores / Para o mundo dar lição
E aos mais céticos mostrar / Qu vale mais cooperar
Que a dura competição.

Começaram e escrever / Programas de um novo jeito
E aquele código-fonte / De novo é nosso direito
Permitindo qualquer uso / E toda forma de estudo
Tudo que queira ser feito.

Mais e mais programadores / Essas ideias apoiaram
E o resultado disso / É maior do que esperavam
Tantos programas perfeitos / São por tanta gente feitos
De todo canto ajudaram.

Programas feitos assim / Que nos deixam os mudar
Se chamam Softwares Livres / Mas há algo a acrescentar
Eles deixam ter mudança / Mas exigem por herança
Tais direitos repassar.

Assim se eu uso um programa / Que me é interessante
Posso copiar pra você / Eles deixam, não se espante!
Eu posso modificar / E você, se desejar.
Podemos passar adiante.

Pra nossa felicidade, / Há tanto programa assim
Que nem dá pra ver direito / Onde é o começo e o fim
Da lista de Softwares Livres / E lá muita gente que vive
Com Software Livre sim.

É Firefox, é Linux / É Open Office, é Apache
Pra programação, pra rede / Pra o que se procure, ache
Pra desenho, escritório / Para jogos, relatório
Pro que for, há um que se encaixe.

E você, se não conhece / Não sabe o que tá perdendo
A chance de viver livre / Ouça o que estou lhe dizendo
Software Livre é forte / No Brasil, já é um Norte
Basta olhar, já estamos vendo.

Maior evento do mundo / Desse tema é no Barsil
NASA, MEC, Banrisul / Caixa, Banco do Brasil
Em Sergipe, em João Pessoa / Em Arapiraca e POA
Software Livre roda a mil.

E se a imprensa não fala / É porque tem propaganda
De quem não quer ver o mundo / Ir para onde livre anda
E nada contra a corrente / No Brasil, infelizmente
Na mídia o dinheiro manda.

Cordel do Software Livre Cárlisson Galdino 12
Se você quer saber mais / Disso tudo que hoje eu teço
Procure na Internet / Veja agora uns endereços:
software.org / br.linux.org
E a atenção agradeço.

[ Fonte: livro ACALA: História e Vida, abril de 2009 ]

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CORDEL DOS APLICATIVOS
Autor: Cárlisson Galdino

Quem usa computador / Ou seja, um tantão de gente,
Sabe que o que o transforma / Nesse bicho inteligente
É esse tal de programa / Mas existe uma gama
De programas diferentes.

Tem programa que funciona / Sem você atinar nisso
Ele não mostra a cara / Mas cumpre seu compromisso
Daemon é o nome em inglês / Mas aqui em português
Se conhece por serviço.

Outro tipo de programa / É como uma forrageira
Para uma ação instantânea / Que só faz seguir roteiro
É uma ordem singular / Se pede pra executar
Executa e sai ligeiro.

São assim vários programas / Como todos tradutores
Que convertem os arquivos / Para ter novos sabores
Como os que convertem vídeo / E são desse mesmo estilo
Os tais dos compiladores.

Mas hoje nós falaremos / De programas de outro tipo
Aqueles que a gente usa / Olhando com olho vivo
Programas de interagir / Que mostram a cara ali
São eles aplicativos.

Quando foram aparecendo / Aplicativos na praça
Eles eram primitivos / Com uma cara sem graça
E até a interação / Só por teclas de função
Pro usuário era uma desgraça.

Para editar um texto / Não era moleza não
Não tinha fonte nem cor / Nenhuma formatação
Imagina só que treta / Era uma tela preta
A interface de edição.

Imagine a “presepada” / Imagine o desastre
Se de vídeo ou de desenho / Ou de foto precisasse
Até tinha uma maneira: / Letras pela tela inteira
Desenhando em ASCII Art.

Era negócio de doido / Uma vida como aquela
Se tu voltasses no tempo / Não acostumava com ela
Tela preta noite e dia / Nem o mouse existia
Pra movimentar na tela.

Quando veio a evolução / E o mouse desembarcou
Trazendo pro aparelho / A fuga praquela dor
Trouxe também as janelas / E as coisas eram mais belas
Na tela do monitor.

No início, em tons de cinza / De pouquinho ganhou cor
E com essas novidades / Muita coisa se criou
Pouco a pouco o equipamento / Virou o que nesse momento
Chamam de computador.

Desse tipo de programa / É que nós vamos falar
Aplicativo em janela / Para a gente utilizar
Com seus menus e botões / Amados por multidões
De quase todo lugar.

São programas bem diversos / Programa para ler livro
Calcular, saber se chove / De internet, texto e video
De jogos à medicina / Tem que tu nem imagina
O que há de aplicativo.

Era um monte de programa / Cada vez mais se produz
Como ajeitar a bagunça? / Procuravam uma luz
Atalhos foram criados / Em ordem e agrupados
Organizando menus.

Um atalho era somente / Um arquivo bem nanico
Dizendo qual o programa / Com um ícone bonito
E assim quando eu desejar / Esse programa chamar
Procuro o atalho e clico.

Atalhos são colocados / Pela área de trabalho
Ou na barra de tarefas / Só os mais utilizados
Mas os menus que falei / Sei que são até onde sei
O lugar mai adequado.

No GNOME os menus / Se arrumam com maestria
Agrupando os programas / Sempre por categoria
De Internet, de Escritório / Ciência, Jogos, Acessórios…
Facilitando o seu dia.

Desse jeito fica fácil / Cada programa encontrar
Pense no que você quer / Só estará num lugar
E o danado do GNOME / Ainda altera os nomes
Pra ainda mais facilitar.

O que seria Firefox / Vira “Navegador Web”
O nome é substituído / Pela descrição, que serve
De guia mais que perfeito / Para o usuário leigo
Ser feliz como se deve.

Falamos de aplicativos / Você não deve ter medo
O GNOME é bom de usar / Não há não qualquer segredo
Basta então você deixar / Ele vai te acompanhar
Será seu novo brinquedo.

[ Fonte: http://n.bardo.ws/nBardo-38-2012-s32.html ]

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Felicidade Cenográfica
Autor: Cárlisson Galdino

A cada dia o Sol te arranca um sorriso / E quem olha pra você vê toda a paz do paraíso
Durante o dia no trabalho, à noite é bebida / E você sempre sorrindo, tão feliz da vida
Tira do bolso um sorriso em cada esquina / Escondendo que que por dentro só declina.

E assim a vida segue em frente mais um dia / Para o nosso mundo inteiro, seu mundo é de alegria
No seu rosto, nas palavras, no aperto de mão / Escondendo as lágrimas sob o colchão
Ninguém mais sabe que de forma apática / Essa felicidade é cenográfica.

Então vá! Distribua seu cartão de visita / Então vá! Sua cara satisfeita me irrita
Porque dentro do seu coração / Sob cartazes coloridos, só destruição.

Tanta gente todo ano você deixa pra trás / Ex-amantes, ex-amigos, inimigos e quem mais?!
Sem tantos amigos como tinha antes / Mas a produção pagou um monte de figurantes
Vai a bares toda noite em busca de prazer / É que precisa se drogar para esquecer.

Chega das férias botando as fotos na rede / Tem que divulgar pro mundo quão feliz esteve
No seu mundo ser feliz é dever de cidadão / E a felicidade vira uma competição
E a sua vaidade é que rega a prática / Dessa felicidade cenográfica.

E não percebe! / Que tudo isso é uma prisão
Você não sabe! / Que é só pra dar satisfação
À sociedade! / Que te quer sob controle
Longe do que possa importar…

P. S.: Foto utilizada para a imagem do post: 3º ano – maquete I, de Fábio Panico.

[ Fonte: http://n.bardo.ws/nBardo-38-2012-s32.html ]

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POESIAS / Livro “Chuva Estelar” (2001) – Autor: Cárlisson Galdino

NOSSO MOMENTO

É noite / Não peço amanhecer Nosso momento traz / Bem mais que qualquer dia.

É escuro / Mas não acende a luz seu olhar brilha mais / Que qualquer fluorescente.

Sente-se aqui diante de mim / E diga que jamais terá fim Eu acreditarei.

Faz frio / Não traz o cobertor Nsso amor nos trará / Mais calor que um vulcão.

Lá chove / Mas não vamos dormir Escute a chuva: ela / Toca a nossa canção.

São altas horas da madrugada / Me beija: não te deixo por nada Deixa a chuva cair.

A luz / Parece que já vem Terminar nosso sonho / Que sequer começou.

O Sol / Se mostra no horizonte Não é mais belo que / Teu olhar ilumina.

Mina, me diz que não vai agora / É só o Sol quem está lá fora Ah, minha Iara, ah!

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O QUINTO ELEMENTO

É só mais um dia de Sol / Se ela não está aqui E só me resta esperar / A luz do luar Algo que me diga o que senti.

Teus longos cabelos ao vento / O quinto elemento / Encontrei ao simplesmente te ver.

Ao te ver, luz na multidão / Foi como um tufão / Me atingiu, nem pude perceber.

Me perdi nas galáxias do teu olhar / Me encontrei nas nebulosas dos teus cabelos / Em teu belo rosto de beleza estelar / Caí num resplandecente buraco negro.

Nesse espaço negro-nanquim / Passaste por mim / Bem como o tempo e tudo o mais o faz.

Por ti destruiria planetas / Seguiria cometas tudo que de ti me aproxime mais.

Mesmo no meio de uma guera / Mais forte que a Terra / A tua beleza faz parar o mundo.

Todos virão vê-la na rocha / Teus olhos são tochas / Que me mantém preso em cada segundo.

Te vejo em cada noite turva / Nas gotas de chuva / Qualquer coisa sempre me traz você.

Sempre que começo a sonhar / Te vejo no ar / Tão longe que não sei o que fazer.

Nem terra, fogo, ar, nem mesmo a água do mar / És mais bela que tudo, dádiva estelar / És o quinto elemento, deusa do luar / A Supernova que nunca vai apagar.

É só mais um dia de Sol / Se ela não está aqui.

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CANTO DE LIRA

A água inunda a imunda prisão / Prisão covarde de uma maldição / Arde como em chamas na Cidade / De salvação sem necessidade.

Águas tão claras esclarecem o fato / De fato é raro um anonimato / Mas o fato é que foi por um roubo / Á liberdade de um povo.

Ex-presidiários livres afinal / Enquanto a prisão cai perante a ira / Das águas vindas sem sinal.

E um dos ladrões de longe mira / Quer matar os livres no final / E as águas o cobrem como um canto de lira.

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ESTRELAS E ESPAÇO

No espaço onde nada se escuta / No espaço onde não se respira / Onde vive uma eterna luta / Pelo domínio da safira.

No espaço onde os sonhos voam / Onde todos ouvem sua voz / Gritos que pelo cosmos ressoam / refletidos de novo pra nós.

Nas estrelas onde sonhos nascem / Explosões de ideias e esperanças / E que o tempo e as outras coisas passem.

Nas estrelas que iluminam as danças / Dos astros que cruzam o espaço / Como um grupo feliz de crianças.

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IARA

Escama ds mais belas dentre as belas / De todas as águas és adorada / Sendo sempre invejada por aquelas / Que sabem muito bem não valem nada.

Pela mais lisa dentre as mais bonitas / De toda a terra não há quem não veja / Teus belos olhos belezas benditas / Tens toda beleza qualquer que seja.

Teu beijo tão doce tua pele clara / Teu belo toque tudo o que senti / A mais bela que a Terra já ganhara.

Saiba que em nenhum momento menti / Quero que saiba minha bela Iara / Saiba: minha vida segue por ti.

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HOMEM-INFINITO

Se eu pudesse mergulhar na terra / E sair onde e quando quisesse / Todo o meu corpo seria de aço / Ninguém poderia me vencer.

Se eu pudesse me mesclar ao ar / Percorrer pegadas num segundo / Furacões seriam cada braço / Meu corpo não seria visível.

Se eu pudesse me fazer em chamas / Viajar bem mais veloz que a luz / Não haveria nesse imenso espaço / Lugar que eu não chegasse ao fim.

Se eu fosse maior que o infinito / Sem você, minha tão bela Iara / Faltaria de mim um pedaço / O que existe de melhor em mim.

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BR-LÁCTEA

A vida na luz dos sonhos reluz / Tudo o que produz é pra si amparo/ No raro momento de paz ao vento / Sem o tormento de estar em apuros.

A alma com furos em pleno escuro / No muro futuro se sente segura / A esperar a volta do próprio existir/ Existindo sempre pelo que há de vir.

E os sonhos que sempre se mostraram sem defeito / Ao ver que nenhum deles foi satisfeito ‘Vê que não tem mais jeito: terá que seguir.

E a estrada tão distante tão irreal / Que nos leva ao País do carnaval ‘Nos espera com seu asfalto negro-jasmim.

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ASCENSÃO

Na cidade a luminosidade aparecida / Na vida aparecida na Cidade / Na velocidade da luz renascida / Na subida da verdade.

A luz alcança a terra / Como se a terra não fosse forte / E com luz todo o silêncio cerra / Um silêncio entre a vida e a morte.

Erguem-se do mar seres a mais / Como jamais se imaginara / Erguem-se do mar não chegam ao cais.

Erguem-se mais seres da água calara / E nesses momentos finais / Ergue-se no centro a Iara.

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DIA DE SOL E CHUVA

Estrelas brilham enquanto os ventos / Erguem as secas folhas, que giram / Nuvens brancas lá do céu transpiram / Água ao chão em pingos barulhentos.

No escuro espaço, um astro se destrói / Rajadas de luz na Terra atira / Se ouve apenas um canto de lira / Dessas gotas que vêm do firmamento.

Á orquestra se alia um trovão / Brilhando co’a luz vinda do espaço / Fazendo uma tão bela canção.

Brilhos dourados vêm ao verde aço / E cada gota que chega ao chão / Traz da estrela um pequeno pedaço.

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PORTAL DE NUVENS

As nuvens dançam no céu / Abrindo um lindo postal Fechando os raios do Sol / Cegando as forças do mal.

Com suaves formas sem formas / Se dissolvem como espumas / A luz da Lua atrai lobos / Feras, tigres, onças, pumas.

Do seu centro seus traços / Suaves cores escarlate / Quando ela abre os olhos.

Toda a Terra pára o tempo / Pedaços de paz suspensos / Não há mais o que há de mal.

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SOBRE O LIVRO / Por Oliveiros Nunes Barbosa

Tive a oportunidade de ler Chuva Estelar, um conjunto de 50 poemas de Cárlisson Galdino, que se lança como poeta, neste universo de sonhadores que buscam, através da poesia, aplainar as vicissitudes impostas pelos sentimentos que sobrevoam os céus de seu mundo, de seu devaneio.

A poesia de Cárlisson traz a marca do poeta da geração espacial. Parece-me que inaugura essa fase. Seus versos nos levam a um mergulho na abstração dos mistérios dos espaços distantes das estrelas solitárias. É o poeta estelar, ou simplesmente aquele que faz da poesia o seu instrumento revelador de um mundo misterioso e ainda tão pouco explorado. Sua poesia é válida e merece um destaque entre os que produzem essa Literatura, tem o meu incetivo e apoio. Continue trabalhando as palavras com esse mistério que lhe inspira a água ou o espaço sideral.

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SOBRE O AUTOR

Cárlisson Galdino é natural de Arapiraca/AL. Desde a mais tenra idade despertou o desejo de ler, desenvolvendo assim uma amigável convivência com a Língua Portuguesa. Começou a rabiscar seus primeiros escritos poéticos ainda na infância. Aos vintes anos de idade, lança os seu primeiro livro. Com forte inspiração para o soneto, publicou alguns em jornais do estado, em páginas especializadas.

Estudou o pré-escolar no Jardim Escola Pequeno Polegar. Cursou o ensino de 1º e 2º graus, hoje ensino fundamental e médio no Colégio Normal São Francisco de Assis, conseguindo vitória no primeiro vestibular a que se submeteu. Entra para a universidade aos dezesseis anos. Cursa o quarto ano de Ciência da Computação na UFAL (Universidade Federal de Alagoas), prepara-se para a futura vitória profissional.

Com esse primeiro trabalho, intitulado Chuva Estelar, coletânea de 50 poesias, marca o seu ingresso no mundo literário. Conta atualmente com cinco livros no prelo, esperando futuras publicações: três de poesias e dois romances. Começa com esta obra a trajetória poética desse jovem escritor.

[ Fonte: livro “Chuva Estelar“, Edições Catavento – 2001 ]

[ Editado por Pedro Jorge ]

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