Maria M. Menezes

 
BIOGRAFIA
 
 
Maria Madalena Barros de Menezes nasceu em 15 de junho de 1948, em Tanque d’Arca/AL. Filha dos camponeses Antônio Esposo de Menezes e Maria Barros de Menezes. Viveu sua infância dividida entre as coisas simples do campo e da Vila de Tanque D’Arca. É a segunda filha de seus pais e irmã de Maria Barros de Oliveira, a primogênita, Afonso Barros de Menezes e Alonso Barros de Menezes.
 
Cursou as primeiras letras em escola pública, sendo alfabetizada pela professora Nadir Montenegro, e conduzida, nas séries seguintes, pela professora Marlene Gomes de Morais, sua madrinha. Nas aulas de reforço, teve a ajuda se sua tia Florência. Terminou o curso primário no Grupo Escolar Manuel Leandro de Lira, em Feira Grande/AL, com a ajuda dos tios Dadá e Zora, que a receberam em sua casa na fazenda de Olho d’Água do Meio, de onde fazia, com os primos e a pé, o percurso diário até a Cidade.
 
No final de 1961, chega á acolhedora cidade de Arapiraca/AL para continuar os estudos. É, então, hóspede do Sr. Josaé Roque da Silva e D.  Loló (Aurora Alécio da Silva), amigos dos seus pais. Presta exame de admissão no Colégio Normal São Francisco de Assis. Com a ajuda de Ir. Helena, Ir. Branca e do seu padrinho Pe. Antônio Lima cursa o ginasial e o pedagógico. Terminando o curso Pedagógico, viveu, em 1969 sua primeira e única experiência como professora primária, na Escola Paroquial de Cacimbas, loclizada na sacristia da Matriz de Santo Antônio. Em 1970, prestou vestibular para o curso de Letras da UFAL (Universidade Federal de Alagoas). Enquanto universitária, participou do “Projeto Rondon” e presidiu o LUA (Lar da Universitária Alagoana). Sempre participou de movimentos juvenis, de onde extraiu o gosto pelos serviços comunitários.
 
Em 1975, é nomeada professora de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, no Colégio Quintella Cavalcanti, em Arapiraca, onde lecionou por 23 anos. Em 1977, passa a fazer parte do corpo docente da então Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca (hoje UNEAL) como professora de Literatura Brasileira e Portuguesa. Neste mesmo ano perde a mãe, vítima de câncer e, em 1980, perde o seu pai biológico e o pai do coração, Pe. Antônio Lima Neto. Em 1984 conhece pessoalmente Heloísa de Medeiros Ramos que muito a incentiva a prosseguir na “retaguarda” do movimento de conscientização que então movia o país. Travam um relacionamento duradouro e, por várias vezes, é responsável pela sua vinda ao Colégio Quintella Cavalcanti e á Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca. 

Em 1988 e 89, Madalena Menezes faz pós-graduação em Literatura Brasileira na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Intensifica seus estudos sobre Graciliano Ramos que reverencia desde a juventude e, em 1992, na então Faculdade de Formação de Professores, coordenou a Semana de Estudos Comemorativos do centenário de nascimento do escritor.

Em 2000 publica o livro “Recado aos Meus Irmãos”, do Pe. Antônio Lima (in memoriam), sendo responsável também pela organização e seleção de textos. No ano seguinte é indicada, pelo Dr. Judá Fernandes, para a ACALA (Academia Arapiraquense de Letras e Artes). É aceita por unanimidade. Ocupa a Cadeira Nª 30 que tem como patrono o poeta Jayme de Altavila. Em 2005 publica “Historinhas em Torno de um Pastor e seu Rebanho” e, em 2007, cria, na UNEAL (Universidade Estadual de Alagoas), o Projeto Letras no Palco, como parte da Pró-reitoria de extensão daquela universidade.

O silêncio e a obediência impostos ás crianças da sua geração contribuíram para seu temperamento reservado e introvertido. Solteirona convicta, adora gatos. Sua vida é movida á simplicidade. Tem paixão pela profissão e pela Arte, em especial música, Literatura e cinema. Tem na música clássica uma aliada para o relaxamento e a reflexão.

Declara-se fã incondicional da banda inglesa The Beatles, Elvis Presley, Pixinguinha, Pe. Zezinho, Sílvio Brito e do “Rei” Roberto Carlos. Elegeu “Let it Be” (The Beatles), Love me Tender” (Elvis Presley), Carinhoso (Pixinguinha) e “Detalhes” (Roberto Carlos) como canções imortais. Dr. Jivago, Papillon, A Noviça Rebelde e Hair são os filmes que revê frequentemente. A poesia de Manuel Bandeira tem a graça de devolver-lhe as delícias da infância.

Coleciona chapéus e tem mania de fusca, seu carro desde 1977. Afetiva, tem nos (as) amigos (as) a mais especial bênção divina. Atualmente, continua dedicando-se á juventude, acreditando que nela está a relação para as grandes decisões da humanidade. Assim, ao longo da trajetória do magistério e do engajamento dos trabalhos de pastoral, promove e participa de movimentos culturais, educacionais e religiosos na universidade onde leciona e na paróquia á qual pertence. É também membro fundadora do Coral Villa-Lobos, pertencente á Escola de Música Villa-Lobos, onde foi aluna de teclados.

[ Fonte: livro “ACALA – História e Vida”, abril de 2009 ]

TRIBUTO

E AGORA, MARIA? / Para Mamãe
Autora: Maria Madalena Menezes

E agora, Maria?
Você que lutou
Lutou noite e dia
Plantou, colheu, carregou
Carregou balaio
Feixe de lenha
De cana
E de dor

E agora, Maria?
As lembranças distantes
Ecoam
Magoam
Redimem enfim

E agora, Maria?
Você queria
Cantava
Chorava
E até morria
E até morreu
Sabemos de aflição
Mas nos fez irmãos
Nos fez cidadõos

E agora, Maria?
Seu vale de lágrimas
Lugar de fonte, é enfim
E um olhar poético
Derrama-se sobre sua vida
Agora serenamente
Eternizada…

[ Fonte: Informativo “ACALA”, junho de 2011 ]

[ Editado por Pedro Jorge ]

Nota: Leia a homenagem intitulada “Ao Cientista, com Carinho” – de autoria da professora e escritora Maria Madalena Menezes -, ao saudoso Solon, na postagem Solon Barroso Barreto (in memoriam).

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