ARAPIRACA, NOSSA TERRA, NOSSA GENTE


CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS*
Por José de Sá (Artista plástico, radialista, teatrólogo e prof. de música)

CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DO TRABALHO HISTÓRICO, QUE ESTAREI ESCREVENDO ABORDANDO FATOS, GENTE, EVENTOS, COISAS QUE PASSARAM DURANTE A MINHA VIDA, DESDE A INFÂNCIA ATÉ O PRESENTE. ALGUMAS COISAS QUE PASSARAM DESPERCEBIDAS POR PESQUISADORES QUE ESCREVERAM E PUBLICARAM LIVROS, COM FATOS QUE NÃO EXISTIRAM, LEVANDO EM CONTA O OUVI DIZER.

OS ESCRITORES QUE NÃO VIVENCIARAM O MOMENTO, FICARÃO ATÉ CHATEADOS QUANDO COISAS QUE ESCREVERAM SÃO FÁBULAS E NÃO HISTÓRIA. É O RESULTADO DE UMA PESQUISA, ESCRITA POR MIM, QUE FUI TESTEMUNHA OCULAR DE TUDO DURANTE 74 ANOS DE ARAPIRACA.

ALGUÉM PODE ATÉ PERGUNTAR, PORQUE NÃO ESCREVEU UM LIVRO?
O FATO É QUE OS DONOS DO MÍSERO DINHEIRO NÃO ME DERAM CONDIÇÕES. ENTÃO APROVEITANDO A TECNOLOGIA VOU FAZER VALER INFINITAMENTE AQUILO QUE ME COMPETE FAZER VALER A VERACIDADE DOS FATOS INTERESSANTES DE UMA CIDADE QUE CRESCE ASSUSTADORAMENTE COM TRABALHO DE UM POVO VALENTE. ENTÃO, AGUARDEM NA PRÓXIMA SEMANA ACESSANDO O MEU BLOGGER.

GRATO, JOSÉ DE SÁ.

NOTA: SÃO HISTÓRIAS QUE VÃO MOSTRAR OS MOMENTOS IMPORTANTES DA CIDADE. ESPERO CONTAR COM AQUELES QUE SE INTERESSAM CONHECER A VERDADE.

* As histórias de Arapiraca-AL, contadas por José de Sá, a partir da próxima semana.

Fonte (link): http://studiojosedesa.blogspot.com.br/

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ARAPIRACA: NOSSA TERRA, NOSSA GENTE – I*
Por José de Sá (Artista plástico, radialista, teatrólogo e prof. de música)

Escreveu José de Sá:

Em 1943, o senhor José Ferreira de Sá, conhecido como Zeca Barbeiro, chegou de S. Miguel dos Campos, trazendo sua família para residir em Arapiraca, na época conhecida a cidade do futuro promissor.

A família: D. Otília a esposa, Maria Nilda de Sá, Maria Elma de Sá, Elmo Ferreira de Sá, Benedito Ferreira de Sá, Maria Tereza de Sá, e José Carmo de Sá o caçula da família.

O senhor Zeca Barbeiro, instala a primeira barbearia da cidade com ótimas instalações luxuosas, com cadeiras de última geração na época, tesouras e máquinas moderna, e perfumaria com os  mais famosos perfumes franceses, isso chamou a atenção da sociedade, pois os barbeiros da época eram ambulantes. NOME DA BARBEARIA “SALÃO MODERNO” LOCAL: RUA ANÍBAL LIMA.

Residiam  ali, Luiz Pereira Lima, comerciante, morava no sobrado da esquina em frente ao Bazar Feliz na outra esquina principal ramo de negócio. Sr. Cornélio com sua esposa D. Nova e seus filhos, Domingos Mota,  que depois seria nomeado prefeito. Coronel Rufino  e seus familiares João de Brito esposo de dona Maroquinha, Lune Brito, Verônica Brito Albertina Brito seus filhos. A Rua Aníbal Lima era conhecida como beco do pinga fogo, por causa de muita gente que brigavam  no local. E olhe eram, brigas feias, e sempre tinha uma senhora que era mesmo de briga e se chamava D. Firmina, esposa do coronel Rufino,

.De vez em quando, não tinha com quem brigar, dizia: agora eu vou dizer umas verdades a mulher do sobrado, que era D. Afra, esposa do senhor Luiz Pereira Lima. Era um caso sério a D. Firmina, xingava tudo e a todos. Minha mãe contava que em certa ocasião, aconteceu uma chuva de trovoada, já que em 1943, foi um ano de seca. uma verdadeira enxurrada descia na rua de barro. D. Firmina pegou um pote e com uma cuia começou a por a água dentro. Minha mãe inocente chegou pertinho e perguntou: D. Firmina pra que é essa água? Ela chateada respondeu. A senhora deixe de ser ignorante, essa água é para lavar, cozinhar e beber, quem não conhece a  seca de Arapiraca, não sei porque veio morar nela, saia daqui antes que pegue um resfriado.

Governava a cidade o prefeito nomeado pela ditadura, senhor Manoel Leal, que residia  em um chalé, arquitetura chamada na época. Era como uma fazenda rodeada de arames, no bairro de Cacimbas cujo local, hoje é denominado Rua Manoel Leal.       

Obra de Manoel Leal: Poço para abastecer a comunidade da época.

A lembrança que me ocorre no momento, um cidadão baixo, de cabelos grisalhos de aparência simpática, fumando um rico cachimbo. Montado em belíssima charrete chegava sempre a Prefeitura que funcionava onde hoje é a Câmara Municipal na Av. Rio Branco, que era conhecida Rua do Cedro.

A obra principal de Manoel Leal foi mandar cavar um poço para servir a população, na Rua Nova, hoje chamada  Praça Marques da Silva. Poço que foi cavado no centro da rua, que até hoje tem água para manter as necessidades do local. bem vamos ficando por aqui, na próxima semana voltarei falando   ARAPIRACA, NOSSA TERRA NOSSA GENTE.

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ARAPIRACA: NOSSA TERRA, NOSSA GENTE – II*
Por José de Sá (Artista plástico, radialista, teatrólogo e prof. de música)

Movimento pela paz em Arapiraca (1944)

Escreveu José de Sá:
Eu tinha apenas 12 anos e não sabia porque o mundo estava em guerra, perguntava aos meus pais: o que é guerra? mais a resposta era muita complicada. São soldados americanos brigando com soldados alemães. E porque eles estão brigando? A resposta ainda não me convencia. Força do poder.

Estou aqui lembrando ARAPIRACA na Segunda Guerra Mundial. Era a primavera de l944, as pessoas comentavam coisas horríveis do tal HITLER . curioso que sempre fui, indagava a todos, porque aquilo estava acontecendo? mais as resposta não me satisfaziam. O que tenho a dizer é que a nossa pequena cidade estava assumindo o clima de guerra do Brasil. Meu pai, o senhor Zeca, alugou outro imóvel onde fomos morar, na chamada rua Nova, um imóvel que pertencia a família Rufino, atrás da casa na parte lateral, fora instada a barbearia que ganhava novas instalações na rua ANÍBAL LIMA . E na parte da frente na rua NOVA, SR.ZECA E D. OTÍLIA ,resolveram partir para um outro ramo comercial, hoteleiro, porque D. Otilia era uma grande cozinheira. Então surgiu o HOTEL ALVA E GLORIOSA, agora concorrente com o HOTEL ESTRELA de D. ROSINHA, que até achou uma ótima ideia pois era muito amiga da família Sá.

Foram construídos 12 quartos, e o restaurante era de primeira linha, pois os móveis vieram de Maceió . Porque estou comentando isso? naturalmente para enveredar no histórico da segunda guerra mundial. Hotel Estrela de d. Rosinha e Hotel Alva e Gloriosa do sr. Zeca, hospedavam os soldados americanos e brasileiros da forças armadas que passavam por Arapiraca. Eu ficava com um medo terrível quando via aqueles soldados armados até os dentes, pois é, naquele tempo o povo tinha medo de soldado.

Certa vez, a cidade fora avisada que haveria um ataque aéreo com alemãs. Um porta voz da prefeitura andou de casa em casa avisando, que as 6 horas da noite os aviões passariam e para que não fosse feito ataque a nossa cidade, apagaríamos a luzes e faríamos absoluto silêncio . Pois bem . Todas as pessoas fizeram isso, mas o que fiquei indagando, porque na hora D, os sinos das Igrejas de São Sebastião e Matriz de Nossa Senhora do Bom Conselho, soavam fortes, a sirene do Cine Leão tocava forte. O que eu não entendi porque só gente haveria de ficar em silêncio.

O medo tomou conta de nós , quando imediatamente um barulho enorme de aviões sobrevoando a cidade, não sei porque, eu e meus irmãos tremíamos e os nossos pais rezavam. De vez em quando isso acontecia. Era uma coisa terrível . Eu criança , entendia que o tal Hitler era um monstro gigante mais alto que a torre da Igreja. Foram chamados para servir a guerra vários rapazes da cidade, mas só vem na lembrança o nome do saudoso Heloizo Ribeiro. Assim que relembro a nossa Arapiraca durante a Segunda Guerra Mundial. São fatos que não saem da memória.

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ARAPIRACA: NOSSA TERRA, NOSSA GENTE – III*
Por José de Sá (Artista plástico, radialista, teatrólogo e prof. de música)

Voltando a comentar o passado de Arapiraca-AL, o que tenho na memória, e arquivos que guardo com muito cuidado e respeito. Agradecendo o comentário do amigo Edvaldo Leão, lembrando a lapinha, que era preciso lavar os pés para ver. Lembrando, a lapinha era montada na residência do sr. Chiquinho Lúcio, mas pertencia a D. Manoela, que passava o ano inteiro guardando coisas para completar o presépio que era chamado de lapinha. E o interessante Edvaldo, é que era coberta de palha. Ao chegar o dia Santos Reis, as palhas eram queimadas co ritual de pastorinhas, me lembro bem a canção que elas entoavam : “NOSSA LAPINHA ESTÁ SE QUEIMANDO ADEUS MINHA GENTE ATÉ PARA O ANO”. Era assim a tradicional lapinha.

Quanto ao pastoril bem lembrado no comentário de uma amiga nossa, o primeiro pastoril foi ensaiado por minha mãe, Otília de Sá, em parceria com D. Maria do Juca, a mãe do saudoso Né do Juca, em 1948. As principais pastorinhas eram as filhas : MESTRA: LACY CONTRA MESTRA : NEGUINHA, DIANA EDLEUZA, ERAM GAROTAS BONITAS E ARRECADAVAM MUITOS VOTOS PARA ELEGER A RAINHA DO PASTORIL.

O que chamava a atenção era o figurino confeccionado com papel crepon. As apresentações eram feitas na sala da residência dos JUCAS, vizinho a igreja de S. Sebastião, ou melhor vizinho a residência do sr. Zeferino Magalhães, o responsável da construção da Igrejinha. Na época não existia a entrada para a rua Estudante José de Oliveira Leite, atrás eram vários sítios com muitos cajueiros e mangueiras. A atual praça Marques da Silva, chamava-se Rua Nova, no centro, apenas a cacimba que fornecia água para a população. Aliás essa rua teve vários nomes, vejam só, de Rua Nova passou a se chamar Rua GABINO BEZOURO , Na administração do prefeito Luiz Pereira Lima, foi denominada Praça Durval de Góis Monteiro, foi construída a primeira praça da cidade, com postes e bancos no estilo colonial. Flores e plantas adornavam o logradouro público que ganhava uma harmonia maravilhosa com uma plantação do famoso pé de Picus , onde um senhor que viera de Viçosa para cuidar da jardinagem da praça, era o senhor Baldiuno que ao cortar o FICUS, transformava-o em animais e pássaros. E, foi atrás de uma dessas figuras que se escondeu o assassino do saudoso Marques da Silva. Logo após a morte de Marques da Silva, a praça recebeu nova restauração, desta feita com belíssima fonte luminosa e sonora e passou a se chamar PRAÇA MARQUES DA SILVA.

Agora eu faço questão de chamar bem a atenção dos meus amigos, com foi a ideia de montar a fonte luminosa. Passando por Arapiraca o famoso CIRCO NERINO, NO FINAL APOTEÓTICO era apresentada uma lindíssima fonte luminosa chamada de águas dançantes executando a valsa de Straus DANÚBIO AZUL deixando todos boquiabertos. O prefeito João Lúcio pediu informações e conseguiu encomendar a fonte luminosa, que depois era apelidada pelos opositores de cabide de D. Inez. Foi por muitos tempos apreciada , e trazia pessoas de outras cidades para conhecê-la . Não fosse a maldade de políticos invejosos, ainda existiria, porque não? AS FONTES DE PARIS NÃO EXISTEM? A minha memória fluída vai continuar na próxima semana, vivendo ARAPIRACA, NOSSA TERRA, NOSSA GENTE.

* José de Sá é artista plástico, radialista, teatrólogo e professor de  artes e música.
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ARAPIRACA: NOSSA TERRA, NOSSA GENTE – IV*
Por José de Sá (Artista plástico, radialista, teatrólogo e prof. de artes e música)

ESTOU ESCREVENDO ESTE ARTIGO AGORA PARA OS AMIGOS DO FACEBOOK, RELATANDO OS FATOS QUE ACONTECERAM NO PASSADO.
VAMOS FALAR NO NATAL DE ARAPIRACA-AL, JÁ QUE A ÉPOCA É PROPÍCIA .
AI QUE SAUDADE! COMO ERA O NATAL EM ARAPIRACA!
PRAÇA MANOEL ANDRÉ. CALÇADÃO QUE PARECIA O CAIS DE UM PORTO. BARRACAS ERAM ARMADAS NA PARTE DE CIMA, ERA O PASSEIO DOS JOVENS SONHADORES. A BEBIDA , CERVEJA QUENTE, POIS NÃO EXISTIA GELADEIRAS. GOSTOSA A CERVEJA CHEIA DE ESPUMAS. METADE CERVEJA, METADE ESPUMA. UMA DELÍCIA. NINGUÉM PEDIA, ME DÁ UMA CERVEJA GELADA! E O TIRA GOSTO, PIPOCA CASEIRA QUE ERA SERVIDA EM PACOTINHOS. BEBIDA FORTE, ERA O FAMOSO “CINZANO” BEBIDA DE RICO.

ESTOU FALANDO DAS GULOSEIMAS, DAS FESTAS NATALINAS DO PASSADO QUE AINDA POVOA OS NOSSOS PENSAMENTOS. DO CACHO DE ROLETES DE CANA PREGADOS EM TABOCAS, DO ROSÁRIO DE COCO OURICURI, DAS COCADAS CASEIRAS, DAS BROAS DE GOMA, E A LEMBRANÇA DA BOLA DE SOPRO QUE ERA VENDIDA POR UNIDADE. QUANDO O CANSAÇO CHEGAVA, VAMOS SABOREAR UM PICOLÉ NA SORVETERIA DO SENHOR ZÉ PEDRO, SITUADA NA ESQUINA EM FRENTE A IGREJA DE NOSSA SENHORA DO BOM CONSELHO .

O PARQUE DE DIVERSÕES ERA UMA GRAÇA. PRESTE ATENÇÃO QUE VOU DESCREVER MINUCIOSAMENTE: UMA RODA ENORME MOVIDA POR VÁRIOS HOMENS, ERA UMA DIVERSÃO CHAMADA ONDA, MOVIA PARA OS LADOS E BAIXAVA CONFORME O PESO DAS PESSOAS. UMA GRAÇA. E ERAM ARMADAS VÁRIAS ONDAS, BEM DECORADAS. OS BARCOS QUE AS MOÇAS E RAPAZES APOSTAVAM PARA VER QUEM SUBIA MAIS ALTO. OUTRA DIVERSÃO, O FAMOSO TRIVOLIM, QUE SÓ ANDAVA QUANDO ESTIVESSE CHEIO. PASSAVA HORAS E HORAS PARA ENCHER.AS MOÇAS ANDAVAM DE BRAÇOS DADOS RODEANDO A PRAÇA E OS RAPAZES ANDAVAM LADEADOS GALANTEANDO AS GAROTAS.

O SINO BADALAVA! ESTAVA NA HORA DA MISSA DO GALO! MISSA CAMPAL, ATRÁS DA MATRIZ, CELEBRADA PELO SAUDOSO PADRE EPITÁCIO. LOGO APÓS TODOS VOLTAVAM PRA CASA LEVANDO O ROSÁRIO DE COCO E OS ROLETES DE CANA, DORMIR PENSANDO NOS PRESENTES DE PAPAI NOEL, SAPATOS NA JANELA OU EM VOLTA DA CAMA. SE FOI OBEDIENTE DURANTE O ANO, A MOCINHA RECEBIA UMA BONECA DE PANO. O MOCINHO UM CARRO DE MADEIRA, QUE NO DIA SEGUINTE PASSAVA A EXIBIR AOS AMIGOS.
SAUDADE! SAUDADE E MAIS SAUDADE! ERA ASSIM O NATAL SIMPLES, DO MENINO DEUS! O NATAL SEM BRIGAS. O NATAL TÃO INOCENTE COMO O MENINO JESUS. O NATAL DE ARAPIRACA!

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ARAPIRACA: NOSSA TERRA, NOSSA GENTE – V*
Por José de Sá (Artista plástico, radialista, teatrólogo e prof. de artes e música)

O nosso comentário desta vez, é para mostrar alguma coisa da vida política que alcancei. Como é bom para os políticos, hoje estão com companheiros no palanque, amanhã só Deus sabe. E nós, pobres eleitores arranjando brigas, inimigos, por causa deles. Vou relatar a briga política de Luiz Pereira Lima e Valdomiro Barbosa. Como foi a disputa para prefeito, logo após a ditadura de Getúlio Vargas. Sr. Luiz Pereira Lima, grande comerciante, morando em palacete na Praça Manoel André , desfrutando de grande prestígio, seria o candidato do governo a prefeitura de Arapiraca-AL. Do outro lado sairia candidato o sr. Valdomiro Barbosa, proprietário da Empresa FORÇA E LUZ DE ARAPIRACA. Luiz Pereira Lima, PSD. Valdomiro Barbosa, PTB. Eu quero chamar a sua atenção, para você ver como são os políticos. Hoje estão separados, amanhã juntos.

A campanha do sr. Luiz Pereira Lima, foi organizada, advinha por quem? Nada mais nada menos pelo professor Miguel Valeriano que na época havia deixado o seminário pois não tinha vocação para padre, e o senhor seu pai Tibúrcio Valeriano e família não ficaram satisfeitos, queriam um padre na família. Miguel Valeriano não seguia a linha da família, ficou do lado dos “Pereiras”, enquanto os familiares eram do lado do sr. Valdomiro. Miguel Valeriano não só organizou a campanha, foi locutor oficial e presidente da torcida jovem.

Foi comprado um luxuoso automóvel de passeio de cor azul, veja como funciona bem a minha memória, o Sr. Gondim técnico de rádio na época, montou o sistema sonoro com um cornetão em cima do veículo. Ao lembrar as coisas passageiras, como era engraçado e como funcionavam as campanhas políticas. As músicas não eram falando nome de candidato. A música usada para propaganda de Luiz Pereira era o sucesso do momento “A VALSA DO VAQUEIRO” gravada por Bob Nelson, o “cowboi apaixonado”, com os famosos olorei e pi.

E a voz possante de Miguel Valeriano ecoava em toda Arapiraca: VOTE BEM, VOTE EM LUIZ PEREIRA PARA PREFEITO, ARAPIRACA PRECISA CRESCER. Do outro lado a música, era um pouco estranha, Jorge Veiga cantando: EXISTE CINZAS AINDA NO MEU CORAÇÃO, QUE O MEU PRIMEIRO AMOR DEIXOU. E o carro de som era um caminhão com dois cornetões. Sabe quem era o locutor oficial? Lourenço de Almeida. Tinha uma voz aguda e gostava de soltar umas piadas para criticar o adversário. Era assim que se expressava Lourenço de Almeida: O POVO NÃO QUER CORONEL, QUER UM HOMEM NA PREFEITURA PARA CUIDAR DO PROGRESSO ASSIM COMO CUIDA VALDOMIRO BARBOSA COM A FORÇA E LUZ DA CIDADE. NÃO PERCA O SEU VOTO, CORONEL JÁ ERA, VOTE PARA PREFEITO, VALDOMIRO BARBOSA.

Os comícios eram engraçados, caminhões levavam gente para os sítios. Política acirrada dos dois lados. Enfim chegou o dia da eleição. õ Õ , Quase morro de tanto comer. Era carne demais, frutas e verduras, os caras aproveitavam e comia dos dois lados. Eh EH guaraná quente espumando. No dia seguinte, apuração. Não foi a esperada. O povo esperava a vitória de Valdomiro, mais o engano foi grande, quem disparava na frente em todas as urnas era Luiz Pereira. O juiz eleitoral, Dr. Coaracy da Mata Fonsêca, que seria futuro genrro do prefeito eleito, pois era noivo da belíssima Sílvia. Claudenor vibrava com a vitória do pai. A pretensão era no futuro ser deputado estadual.

Faltando poucos dias para a posse, aconteceu o que ninguém esperava. O escrivão e ex-prefeito João Ribeiro Lima , avisou ao sr. Valdomiro Barbosa, que nas urnas constavam mais votos que o número de eleitores da cidade e foi marcada uma reunião para a recontagem dos votos no cartório. Chegou ao conhecimento dos “Pereiras” que ficaram com muita raiva e prometeram acabar com a recontagem. E foi o que aconteceu. Era um sábado a tarde, quando se dirigiram ao cartório: Valdomiro Barbosa, Lourenço de Almeida, Florisval Barbosa. Quando pegaram nas urnas, tiveram a surpresa , chegavam em frente o cartório, Claudenor Lima acompanhado de capangas armados até os dentes. Gritavam: “Saiam covardes, parem com essa besteira, a recontagem só pode ser feita com ordem do juiz”.

Agora os senhores imaginem , se o Dr. Coaracy faria isso com o futuro sogro . E os gritos ecoavam em toda a rua Lúcio Roberto. “Covardes, vamos ensinar a verdade, vamos acabar com a raça dos “Barbosas'”. ouve-se um estampido , e um tiro era dirigido ao cartório. Não se sabe quem atirou, mais incrível , a bala bateu no quadro do”CORAÇÃO DE JESUS” que estava na parede do cartório. O Sr. João Ribeiro e os demais correram para o interior da casa. D. Terezinha Ribeiro aconselhou para que eles fossem embora. Mas como sairiam? Foi gozado, resolveram sair travestidos de mulher. Sem serem percebidos, Valdomiro Barbosa, Florisval Barbosa e Lourenço de Almeida com panos na cabeça, atravessaram a Praça Manoel André, saíram da residência do sr. Valdemar e entraram na residência do sr. Manoel Lúcio, mandaram um recado para os familiares pedindo carro para levá-los para Limoeiro de Anadia-AL.

Uma semana depois, foi marcada a posse de LUIZ PEREIRA LIMA, PREFEITO ELEITO DE ARAPIRACA. Agora chego ao principal assunto. Mudança de partido. A discórdia dos “Barbosas” com os “Pereira” era acirrada. Sempre quando havia festa promovida pela prefeitura , faltava energia. E foi assim por muito tempo. Ao chegar em Arapiraca o médico DR. JOSÉ MARQUES DA SILVA, os “Barbosas” romperam com os ‘Lúcios”, e se juntaram ao grupo dos “Pereiras”. Estão vendo como é fácil para os políticos, hoje inimigos, amanhã amigos.

Luiz Pereira Lima, fez uma grande administração, acabou com os tanques que tinham donos e transformou em lagoas para todos, hoje Parque Ceci Cunha. Acabou com a praça que mais parecia um cais. Construiu a Praça Durval de Góis Monteiro, hoje atual Praça Marques da Silva.

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ARAPIRACA, NOSSA TERRA, NOSSA GENTE – VI*
Por José de Sá (Artista plástico, radialista, teatrólogo e prof. de música)

Estamos continuando com a série de comentários, focalizando a nossa querida Arapiraca-AL, tão querida que deixa a gente sem fôlego para comentar. Hoje vamos falar a respeito da nossa Festa de N. S. do Bom Conselho. Adeus festa. Que festa. Alguém que não viveu os momentos de alegria que nós desfrutávamos nos anos dourados, onde o respeito aos Santos, onde as nossas tradições eram respeitadas.

Alguém pode até dizer como já ouvi , quem vive de passado é museu. Arapiraca, hoje uma cidade sem memória. Aqui não se conserva nada. Não é preciso lembrar nada. Quem toma conta do poder não tem nenhum interesse em conservar isso ou aquilo. Existe Festa da Padroeira hoje? Respondam por favor. O que nós estamos assistindo é um parque que tira dentro de segundos o dinheiro do pobre pai de família que para satisfazer a vontade dos filhos, deixa de comprar o pão e a carne para entregar ao parque explorador, o verdadeiro vendedor de ilusões .

Se não bastasse a maior desorganização de barracas acumuladas no destruído Parque Cecí Cunha, a nossa querida deputada, se hoje fosse viva ficaria envergonhada com tamanha desordem. O trânsito mete medo aos que precisam se locomover. Ainda chamam de Festa da Padroeira. Aquilo cheio de malandros. Cheio de pessoas de pensamentos negativos e de brutal procedimento é chamada de Festa da Padroeira. Fiquei irritado quando resolvi dar umas voltinhas e conhecer o que fizeram com uma tradição secular, que já foi evento cadastrado no calendário turístico do Brasil.

Eu levaria horas e horas escrevendo, se fosse relatar o que foi a Festa de nossa excelsa Padroeira. Quantas saudades eu sinto da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais. E assim que nós ficamos ao depararmos com tamanha anarquia. Falta o cuidado e o respeito ás nossas tradições. Os nossos impostos sobem vertiginosamente e nós ficamos chupando os dedos quando nos deparamos com tamanha brutalidade. Nós não valemos nada, o nosso dinheiro vai pelo ralo.

Tiraram a Festa do comércio porque Arapiraca cresceu. Agora eu lhe pergunto, Recife-PE cresceu? Porque a festa da Padroeira do Recife, N.S. do Carmo, é no Centro do Recife, o Carnaval é no Centro de Recife. Não estou aqui querendo que volte os tempos passados. Estou querendo defender as tradições que em outras Cidades são respeitadas. Estamos cansados de tanto engano. Votamos, pensando que estamos acertando. Que decepção. É uma pena, não acertamos nós povos, vamos continuar sonhando com a divulgação de um slogan mentiroso, futura Metrópole e haja besteira nisso.

Você meu amigo, está convidado para asistir no dia 2 de fevereiro a procissão de N. S. DO BOM CONSELHO, e ver os políticos acenando para o povo, como se a Festa fosse deles. Eu te peço virgem Santa, Mãe do Bom Conselho, tem piedade daqueles mascarados que nem católicos são. DAI A CESAR O QUE É DE CESAR.

* Fonte: Stúdio José de Sá.
[ Editado por Pedro Jorge / E-mail: pjorge-65@hotmail.com ]
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SAIBA MAIS – Stúdio José de Sá, Arapiraca-AL
Seta cubeb1

7 Respostas para “ARAPIRACA, NOSSA TERRA, NOSSA GENTE

  1. Comentários:
    1. Edivaldo Leão (4 de dezembro de 2013)
    Êita Zé de Sá, lembrei da lapinha da Dona Manuela do seu Chiquinho, como a gente chamava. Prá entrar a gente tinha que lavar os pés…. Coisas de garoto.

    2. Cícero Pereira (4 de dezembro de 2013)
    Era muito bom e o pastoril que tinha no Alto do Cruzeiro. Era bom demais.

    3. Adailton de França Reis (4 de dezembro de 2013)
    Escreva também sobre a Jovem Guarda. Um grande abraço!

    4. Jorjão Evangelista (4 de dezembro de 2013)
    Sem “contar” com o repertório nos parques que eram ouvíveis… Abraços!

    5. Thaise Andreia (4 de dezembro de 2013)
    TENHO SAUDADES DO PASTORIL, MUITA MUITA!!

    6. Ailton Avlis (4 de dezembro de 2013)
    O grande problema é que não passamos isso para os nossos filhos…

    7. Benedita Germano (4 de dezembro de 2013)
    Era e agora já era kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    8. Andréa Almeida Cavalcante (13 de dezembro de 2013)
    Que legal, Zé, adorei saber dessas histórias. Ah, eu conheci a lapinha da D. MANOELA era linda e na minha visão infantil ela era enorme.

    [ Fonte (link): https://www.facebook.com/josecarmodesa?fref=ts ]

    [ Editado por Pedro Jorge ]

  2. Comentários:
    (18 de dezembro de 2013)

    1. Edivaldo Leão
    Tinha que ter alguém para registrar esse episódio: Zé de Sá, que com a sua bela voz elegeu muitos políticos.

    2. Andréa Almeida Cavalcante Adlro
    Escutar as histórias do meu amigo Zé. Parabéns pela iniciativa.

    3.Ricardo Vieira
    Muito bom o texto, José de Sá, eu sempre soube dos desentendimentos entre as duas famílias, mas não da forma como contastes, muito interessante.

    4. Edivaldo Leão
    Meu caro, Zé de Sá, seria interessante postar um texto sobre a “BOMBA DO MUNIZ FALCÃO”.

    [ Fonte (link): https://www.facebook.com/josecarmodesa ]

    [ Editado por Pedro Jorge ]

  3. Legal saber dessas histórias a propósito. Gostaria saber mais da rivalidade entre Claudionor Lima e Robson Mendes, me parece seria delegado da cidade de Palmeira dos Índios a época. Parabéns pelo texto.

    • O deputado Claudenor não era inimigo do também deputado Robson Mendes. Claudenor era aliado a Humberto Mendes, pai de robson e morto no tiroteio da Assembleia.

  4. Sou sobrinho do ex-prefeito João Nascimento. Recordo-me na época adolescente da confusão após resultado da eleição que elegeu João Nascimento, prefeito de Arapiraca. Gostaria de mais detalhes a esse respeito. Obrigado!

  5. É BOM PODER LER SOBRE A HISTÓRIA DE ARAPIRACA, HOJE EU TENHO UM OBJETIVO COM ESSE BLOG.
    Adoraria puder conhecer uma família que tenho em Arapiraca. Quando eu era criança fui afastada de meu pai e familiares. Através desse blog eu acredito que eu possa encontrar alguém de minha família. Eu me chamo Maria Isabel da Conceição Vieira. Sou filha de Maria José da Conceição e Irã Pimentel, eu não trago o sobrenome do meu pai pq ele não teve tempo de me registrar, IRÃ Pimentel era filho de Daniel Pimentel e Ananias Pimentel, uma família muito grande na cidade. Então eu peço ajuda e vcs, caso conheça alguém dessa família entre em contato comigo. Meu sonho e o que mais desejo nessa vida é puder saber sobre minha origem.

  6. É de grande valor suaa pesquisa, fiquei facinada com os. fatos descritos por vc parabéns…

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